Título: AR
Artistas: Almir Sater e Renato Teixeira
Gravadora: Agência de Música / Universal Music
Cotação: * * * * 1/2
♪ A vida é um rio, já sentenciaram Almir Sater e Renato Teixeira no título da primeira parceria destes dois finos estilistas da canção ruralista brasileira de acento folk. Já decorridos 27 anos do lançamento de A vida é um rio na voz de Fábio Jr. em álbum de 1988, Sater (cantor, compositor e violeiro do Sul de Mato Grosso) e Teixeira (cantor, compositor e violonista paulista) seguem o curso sereno da vida e da música dos cantadores em AR, primeiro álbum gravado em dupla pelos artistas, unidos por amizade sincera e pela afinidade com o universo mais refinado dos sons do Brasil rural. Sem nostalgia, Sater e Teixeira tocam em frente ao longo das dez músicas deste disco feito em parceria e produzido por Sater e Eric Silver entre o Brasil e os Estados Unidos (no caso, em Nashville, meca da música country, o sertanejo norte-americano). Com dez músicas autorais (sendo nove inéditas) compostas pelos artistas em dupla, sozinhos e/ou com parceiros como Paulo Simões, Rodrigo Sater e o próprio Eric Silver, AR sopra frescor e sentimentos bons em composições de tom invariavelmente positivista. Com exemplar harmonização das vozes do violeiros, o disco exalta a amizade fiel em Juro (Almir Sater e Renato Teixeira), desabrocha romantismo de tom lírico em A flor que a gente assopra (Renato Teixeira) e versa sobre mitos e lendas do folclore brasileiro na pegada country de Bicho feio (Almir Sater, Renato Teixeira e Rodrigo Sater). Já nas cordas de tom country que introduzem D de destino (Almir Sater, Renato Teixeira e Paulo Simões) - primeira das dez músicas do disco, eleita primeiro single do álbum - fica claro que a conexão com Eric Silver e a estada em Nashville fez Sater e Teixeira irem bem além das fronteiras do folk brasileiro em AR. Aos 70 anos, Teixeira se reuniu com Sater - de 59 anos - para fazer um disco que por vezes faz o balanço existencial da vida que segue curso ininterrupto - assunto explícito de A primeira vez (Renato Teixeira) que também se reflete na poesia de Espelho d'água (Almir Sater e Renato Teixeira, 2003). "Cada pessoa levando um destino / Cada destino é um sonho / E sonho é a arte da vida", argumentam versos de Espelho d'água, única música já previamente gravada, tendo sido lançada em disco por Rodrigo Sater em dueto com o irmão Almir no CD Rodrigo Sater (Velas, 2003). AR respira pura poesia, aliás. "Paixão é perder de vista pelas veredas do adeus / No coração das cidades que a gente nem conheceu", sentencia Teixeira em versos de O amor tem muitas maneiras (Renato Teixeira). Embora atravesse fronteiras com Sater, Teixeira jamais perde de vista as grandes veredas do sertão brasileiro, exaltado por Sater em Peixe frito (Almir Sater), ode à vida no campo feita nos moldes da canção folk nacional. "Olho pra você e vejo o sertão", miram os poetas, terçando vozes em Amor leva eu (Almir Sater, Eric Silver e Renato Teixeira), uma das mais belas canções do repertório autoral dos parceiros. AR busca e exala paz e amor. Em harmonia, Sater e Teixeira seguem a toada melodiosa de AR até que Noite dos sinos (Almir Sater e Renato Teixeira) hasteie a bandeira do Divino no clima violeiro que pauta o álbum. AR revigora a voz de Teixeira e renova parceria com Sater em fina sintonia com as obras pregressas dos artistas.
7 comentários:
♪ A vida é um rio, já sentenciaram Almir Sater e Renato Teixeira no título da primeira parceria destes dois finos estilistas da canção ruralista brasileira de acento folk. Já decorridos 27 anos do lançamento de A vida é um rio na voz de Fábio Jr. em álbum de 1988, Sater (cantor, compositor e violeiro do Sul de Mato Grosso) e Teixeira (cantor, compositor e violonista paulista) seguem o curso sereno dos rios da vida e música dos cantadores em AR, primeiro álbum gravado em dupla pelos artistas, unidos por amizade sincera e pela afinidade com o universo mais refinado dos sons do Brasil rural. Sem nostalgia, Sater e Teixeira tocam em frente ao longo das dez músicas inéditas deste disco composto em parceria e produzido por Eric Silver entre o Brasil e os Estados Unidos (no caso, em Nashville, meca da música country, o sertanejo norte-americano). AR sopra frescor e sentimentos bons em músicas de tom invariavelmente positivista. Com exemplar harmonização das vozes do violeiros, o disco exalta a amizade fiel em Juro, desabrocha romantismo de tom lírico em A flor que a gente assopra e versa sobre mitos e lendas do folclore brasileiro na pegada country de Bicho feio. Já nas cordas de tom country que introduzem D de destino - primeira das dez músicas do disco, eleita primeiro single do álbum - fica claro que a conexão com Eric Silver e a estada em Nashville fez Sater e Teixeira irem bem além das fronteiras do folk brasileiro em AR. Aos 70 anos, Teixeira se reuniu com Sater - de 59 anos - para fazer um disco que por vezes faz o balanço existencial da vida que segue curso ininterrupto - assunto explícito de A primeira vez que também se reflete na poesia dos versos de Espelho d'água ("Cada pessoa levando um destino / Cada destino é um sonho / E sonho é a arte da vida"). AR respira pura poesia, aliás. "Paixão é perder de vista pelas veredas do adeus / No coração das cidades que a gente nem conheceu", canta Teixeira em versos de O amor tem muitas maneiras. Embora atravesse fronteiras com Sater, Teixeira jamais perde de vista as grandes veredas do sertão brasileiro, exaltado em Peixe frito, ode à vida no campo feita nos moldes da canção folk nacional. "Olho pra você e vejo o sertão", miram os poetas, terçando vozes em Amor leva eu, uma das mais belas canções do repertório autoral dos parceiros. AR busca e exala paz e amor. Em harmonia, Sater e Teixeira seguem a toada melodiosa de AR até que Noite dos sinos hasteie a bandeira do Divino no clima violeiro que pauta o álbum. AR revigora a voz de Teixeira e renova parceria com Sater em fina sintonia com as obras pregressas dos artistas.
O CD é simplesmente maravilhoso todas as músicas são lindas e interpretadas magistralmente. A primeira vez e O amor tem muitas maneiras são músicas que seriam alçadas as paradas de imediato mas hoje os tempos são outros...
A verdadeira música sertaneja brasileira!
Adoro os dois, o disco deve estar ótimo!!!
Essa capa é bem ruim, Almir tá cheio de roupas porém descalço, tá calor ou tá frio??? ou será que esqueceu a bota??? acho as capas de cds ultimamente tão ruins,é o baixo orçamento
Mauro, apesar de nāo fazer diferença no enorme talento do Almir, cabe a correção geográfica: ele é do Mato Grosso do Sul e não do sul de Mato Grosso.
Excelente. Nota 10. Dá até vergonha de saber que tipo de música o brasileiro ouve e evidencia, principalmente quando se compara com obras como esse disco. Disco perfeito do início ao fim.
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