domingo, 10 de janeiro de 2016

Lobão explica processo da solitária criação do disco 'O rigor e a misericórdia'

2016 começou com a edição do primeiro álbum de músicas inéditas lançado por Lobão em onze anos. Sucessor de Canções dentro da noite escura (Independente / Tratore, 2005) na discografia de estúdio do artista carioca, o 17º álbum do cantor, compositor e músico, O rigor e a misericórdia, já está disponível para audição na plataforma Spotify desde 1º de janeiro de 2016. Com capa assinada por João Puig, sobrinho do artista, o álbum apresenta 14 músicas inéditas compostas, gravadas, tocadas e cantadas solitariamente pelo artista. O solo de guitarra feito por Puig na faixa A esperança é a praia de um outro mar é o único som do disco criado sem Lobão. Em texto distribuído pela Tratore, empresa que vai distribuir a edição física do CD, Lobão explica o processo solitário de criação e gravação do álbum O rigor e a misericórdia. Com a palavra, Lobão:

“No início de 2014, após passar quase dez anos procurando me aprimorar em várias áreas da produção de um disco, dei início ao projeto de composição do repertório do novo álbum no intuito de fazê-lo completamente sozinho, ou seja: compor as letras, músicas, elaborar os arranjos, tocar todos os instrumentos, os vocais e gravar tudo em meu estúdio caseiro aqui no Sumaré, SP.
Uma maratona que começou em abril de 2014 e terminou... Bem, terminou hoje mesmo com a remixagem e remasterização da faixa–título, O rigor e a misericórdia!
Era exatamente isso o que estava perseguindo fazer por toda a minha vida e, em especial, nesses últimos dez anos, quando aprendi a usar o computador, mexer em programas como o ProTools, editar, gravar cada instrumento (cada um deles tem seu mistério). Aprendi a tirar o melhor som da minha voz, com o que eu nunca havia me preocupado muito, a timbrar a bateria do jeito que a concebo. O baixo e as guitarras foram todos gravados via Fractal, um mega processador de amps ,cabinetes e efeitos. Nesse disco não tem uma faixa gravada com amplificadores.
Trata-se de um disco com uma variada gama de instrumentos como o Nord Lead 2 (que programei todas as camadas) piano elétrico, órgão Hammond, órgão de igreja, vibrafone, mini Moogs, synths das mais variadas formas.
Tem também a minha estreia como violeiro de dez cordas. Há três canções compostas e gravadas com esse instrumento. O violão seresta de aço da Del Vecchio, o violão rancheiro da Gretsch de 12 cordas e o violão de nylon também foram convocados.
Procurei elaborar um som potente, claro e dramático e enfatizei o peso das baterias e o timbre do baixo (também estreei o instrumento nesse disco).
Posso também afirmar que é o disco no qual mais me senti confortável tocando guitarra, que aparece nas mais variadas formas de timbragem e em muitos solos.
Ao final dessa estrada, contei com a parceria do engenheiro de som Diovainne Moreira, que teve um papel primordial na finalização do som do disco, fazendo comigo as mixagens, me ensinando uma série de novas técnicas, aplicações de plug-ins e realizando uma soberba masterização.
Dá pra perceber que é um projeto focado na música, mas, já que atuo como songwriter, tive que me preocupar em elaborar as letras, todas estritamente em função das músicas (elas foram feitas após as melodias estarem prontas).
O resultado me agradou bastante; as letras são sonoras, dramáticas e revelam uma farta variedade de estados emocionais e reflexivos: amor, ódio, aconchego, pertencimento, banimento, revolta, jocosidade, exatamente na proporção que um disco de rock conceitual deve ter. Sim, um disco de rock! E, sim, é um disco conceitual!
O rigor e a misericórdia pode ser definido como meu primeiro disco sem maneirismo algum, sem procurar nada externo, sem medo de ir buscar nas minhas profundezas a minha verdadeira essência.
Seja lá como for, ele me revela por inteiro, tanto como músico quanto como compositor, arranjador, cantor, produtor e pensador. É isso aí”. Lobão

Eis, na disposição do CD, as 14 músicas do 17º  álbum de Lobão, O rigor e a misericórdia:
1. Overture (Lobão)
2. Os vulneráveis (Lobão)
3. A marcha dos infames (Lobão)
4. Assim sangra a mata (Lobão)
5. O que es la soledade em sermos nosotros (Lobão)
6. Alguma coisa qualquer (Lobão)
7. Dilacerar (Lobão)
8. Os últimos farrapos da liberdade (Lobão)
9. A posse dos impostores (Lobão)
10. Ação fantasmagórica à distância (Lobão)
11. Profunda e deslumbrante como o sol (Lobão)
12. Uma ilha na lua (Lobão)
13. A esperança é a praia de um outro mar (Lobão) - com solo de guitarra de João Puig
14. O rigor e a misericórdia (Lobão)

9 comentários:

  1. ♪ 2016 começou com a edição do primeiro álbum de músicas inéditas lançado por Lobão em onze anos. Sucessor de Canções dentro da noite escura (Independente / Tratore, 2005) na discografia de estúdio do artista carioca, o 17º álbum do cantor, compositor e músico, O rigor e a misericórdia, já está disponível para audição na plataforma Spotify desde 1º de janeiro de 2016. Com capa assinada por João Puig, sobrinho do artista, o álbum apresenta 14 músicas inéditas compostas, gravadas, tocadas e cantadas solitariamente pelo artista. O solo de guitarra feito por Puig na faixa A esperança é a praia de um outro mar é o único som do disco criado sem Lobão. Em texto distribuído pela Tratore, empresa que vai distribuir a edição física do CD, Lobão explica o processo solitário de criação e gravação do álbum O rigor e a misericórdia. Com a palavra, Lobão:

    “No início de 2014, após passar quase dez anos procurando me aprimorar em várias áreas da produção de um disco, dei início ao projeto de composição do repertório do novo álbum no intuito de fazê-lo completamente sozinho, ou seja: compor as letras, músicas, elaborar os arranjos, tocar todos os instrumentos, os vocais e gravar tudo em meu estúdio caseiro aqui no Sumaré, SP.
    Uma maratona que começou em abril de 2014 e terminou... Bem, terminou hoje mesmo com a remixagem e remasterização da faixa–título, O rigor e a misericórdia!
    Era exatamente isso o que estava perseguindo fazer por toda a minha vida e, em especial, nesses últimos dez anos, quando aprendi a usar o computador, mexer em programas como o ProTools, editar, gravar cada instrumento (cada um deles tem seu mistério). Aprendi a tirar o melhor som da minha voz, com o que eu nunca havia me preocupado muito, a timbrar a bateria do jeito que a concebo. O baixo e as guitarras foram todos gravados via Fractal, um mega processador de amps ,cabinetes e efeitos. Nesse disco não tem uma faixa gravada com amplificadores.
    Trata-se de um disco com uma variada gama de instrumentos como o Nord Lead 2 (que programei todas as camadas) piano elétrico, órgão Hammond, órgão de igreja, vibrafone, mini Moogs, synths das mais variadas formas.
    Tem também a minha estreia como violeiro de dez cordas. Há três canções compostas e gravadas com esse instrumento. O violão seresta de aço da Del Vecchio, o violão rancheiro da Gretsch de 12 cordas e o violão de nylon também foram convocados.
    Procurei elaborar um som potente, claro e dramático e enfatizei o peso das baterias e o timbre do baixo (também estreei o instrumento nesse disco).
    Posso também afirmar que é o disco no qual mais me senti confortável tocando guitarra, que aparece nas mais variadas formas de timbragem e em muitos solos.
    Ao final dessa estrada, contei com a parceria do engenheiro de som Diovainne Moreira, que teve um papel primordial na finalização do som do disco, fazendo comigo as mixagens, me ensinando uma série de novas técnicas, aplicações de plug-ins e realizando uma soberba masterização.
    Dá pra perceber que é um projeto focado na música, mas, já que atuo como songwriter, tive que me preocupar em elaborar as letras, todas estritamente em função das músicas (elas foram feitas após as melodias estarem prontas).
    O resultado me agradou bastante; as letras são sonoras, dramáticas e revelam uma farta variedade de estados emocionais e reflexivos: amor, ódio, aconchego, pertencimento, banimento, revolta, jocosidade, exatamente na proporção que um disco de rock conceitual deve ter. Sim, um disco de rock! E, sim, é um disco conceitual!
    O rigor e a misericórdia pode ser definido como meu primeiro disco sem maneirismo algum, sem procurar nada externo, sem medo de ir buscar nas minhas profundezas a minha verdadeira essência.
    Seja lá como for, ele me revela por inteiro, tanto como músico quanto como compositor, arranjador, cantor, produtor e pensador. É isso aí”. Lobão

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  2. Aprecio a coragem de Lobão, mas esta capa é horrorosa!

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  3. Ouvi pelo spotify e o disco está ótimo. Coisa rara no rock nacional de hoje em dia. Esperando ansioso quando o disco vai sair comercialmente.

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  4. Isso era justamente o que eu ia dizer... Essa capa é ridícula!!!

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  5. importa mais a música do que a capa,

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  6. Esse disco deve estar um assombro. Lobão músico sempre foi maior que o Lobão pessoa.

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  7. O músico é muito bom, tal como a Rorô, já as ideias da pessoa...

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  8. como bem disse um amigo meu: Sobrinho's Design™ não tá com nada.

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  9. Para mim o projeto (teoricamente) é sensacional. Admiro num nível altíssimo esses surtos de centralização obsessivo compulsivo e a vontade de controlar absolutamente tudo. Tem um valor. E é bastante corajoso. Ainda não parei pra ouvir, mas deve estar razoável.

    A capa também deve ter sido feita pelo próprio Lobão.

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