Mauro Ferreira no G1

Aviso aos navegantes: desde 6 de julho de 2016, o jornalista Mauro Ferreira atualiza diariamente uma coluna sobre o mercado fonográfico brasileiro no portal G1. Clique aqui para acessar a coluna. O endereço é http://g1.globo.com/musica/blog/mauro-ferreira/


quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Ainda em cena, Cauby celebra 85 anos de vida já com o justo status de mito

EDITORIAL - Cauby Peixoto completa bravos 85 anos de idade nesta quarta-feira de cinzas, 10 de fevereiro de 2016. Embora não seja exatamente redonda, a data é digna de festa porque o cantor fluminense - nascido em Niterói (RJ) em 10 de fevereiro de 1931 - chega aos 85 anos de vida em plena atividade profissional. Acabou de fazer dois shows na cidade de São Paulo (SP) - onde mora já há alguns anos - em pleno Carnaval e tem gravado discos com espantosa regularidade. Cauby - em foto de Marco Aurélio Olímpio - lançou nada menos do que dois álbuns com gravações inéditas somente em 2015. O primeiro, Cauby sings Nat King Cole (Nova Estação, 2015), foi lançado em junho com músicas do repertório do cantor norte-americano Nat King Cole (1919 - 1965). O segundo, A bossa de Cauby Peixoto (Biscoito Fino, 2015), saiu em novembro, apenas cinco meses depois. Trata-se de disco com repertório associado à Bossa Nova, o movimento musical da década de 1950 do qual Cauby é antítese pela natureza extravagante do canto extraído do singular registro de barítono do artista. Cantar os clássicos da Bossa Nova - o que Cauby fez com bossa toda própria e com o (muito) que lhe resta da voz grave - foi um pedido feito pelo cantor ao produtor Thiago Marques Luiz no leito de um hospital do qual, por algum tempo, acreditou-se que Cauby não fosse mais sair. Mas Cauby, então com 84 anos, renasceu. Como renascera artisticamente muitas vezes desde que iniciou em 1951 discografia marcada por altos e baixos no repertório. Quando cantou repertório à altura do vozeirão propagado através das ondas do rádio, Cauby foi grande. Um dos maiores cantores do Brasil de todos os tempos. Felizmente, o tempo apaga os deslizes e imortaliza os acertos. Cauby celebra hoje 85 anos de vida já com o justo status de mito da música brasileira. A aura mitológica é alimentada pelo pouco que se sabe a respeito das intimidades do astro. Cauby é um cantor à moda antiga em mais de um sentido. Por sempre ter vestido o figurino do cantor e encarnado a persona artística que lhe fez transcendental, Cauby apagou o homem, o cidadão - algo impensável em dias em que até os grandes artistas se expõem em redes sociais. O que se ouve de Cauby é a voz única, valente o suficiente até para pecar pelos excessos de interpretação. É a voz - hoje com 85 anos, sem a potência e o volume de outrora, mas com raro brilho outonal - que vai ficar além dos tempos que o já imortal Cauby tem atravessado com bravura. Bravo, Cauby Peixoto!

6 comentários:

Mauro Ferreira disse...

♪ EDITORIAL - Cauby Peixoto completa bravos 85 anos de idade nesta quarta-feira de cinzas, 10 de fevereiro de 2016. Embora não seja exatamente redonda, a data é digna de festa porque o cantor fluminense - nascido em Niterói (RJ) em 10 de fevereiro de 1931 - chega aos 85 anos de vida em plena atividade profissional. Acabou de fazer dois shows na cidade de São Paulo (SP) - onde mora já há alguns anos - em pleno Carnaval e tem gravado discos com espantosa regularidade. Cauby - em foto de Marco Aurélio Olímpio - lançou nada menos do que dois álbuns com gravações inéditas somente em 2015. O primeiro, Cauby sings Nat King Cole (Nova Estação, 2015), foi lançado em junho com músicas do repertório do cantor norte-americano Nat King Cole (1919 - 1965). O segundo, A bossa de Cauby Peixoto (Biscoito Fino, 2015), saiu em novembro, apenas cinco meses depois. Trata-se de disco com repertório associado à Bossa Nova, o movimento musical da década de 1950 do qual Cauby é antítese pela natureza extravagante do canto extraído do singular registro de barítono do artista. Cantar os clássicos da Bossa Nova - o que Cauby fez com bossa toda própria e com o (muito) que lhe resta da voz grave - foi um pedido feito pelo cantor ao produtor Thiago Marques Luiz no leito de um hospital do qual, por algum tempo, acreditou-se que Cauby não fosse mais sair. Mas Cauby, então com 84 anos, renasceu. Como renascera artisticamente muitas vezes desde que iniciou em 1951 discografia marcada por altos e baixos no repertório. Quando cantou repertório à altura do vozeirão propagado através das ondas do rádio, Cauby foi grande. Um dos maiores cantores do Brasil de todos os tempos. Felizmente, o tempo apaga os deslizes e imortaliza os acertos. Cauby celebra hoje 85 anos de vida já com o justo status de mito da música brasileira. A aura mitológica é alimentada pelo pouco que se sabe a respeito das intimidades do astro. Cauby é um cantor à moda antiga em mais de um sentido. Por sempre ter vestido o figurino do cantor e encarnado a persona artística que lhe fez transcendental, Cauby apagou o homem, o cidadão - algo impensável em dias em que até os grandes artistas se expõem em redes sociais. O que se ouve de Cauby é a voz única, valente o suficiente até para pecar pelos excessos de interpretação. É a voz - hoje com 85 anos, sem a potência e o volume de outrora, mas com raro brilho outonal - que vai ficar além dos tempos que o já imortal Cauby tem atravessado com bravura. Bravo, Cauby Peixoto!

Rafael disse...

Cauby é grandioso, maravilhoso!!! Um dos maiores cantores desse país que continua em plena atividade!!! Salve sempre a boa música brasileira!!!!

CelloPiazza disse...

A nossa música brasileira é o que é hoje porque temos Cauby e Ângela Maria. Que bom que ainda estão produzindo MPB de qualidade... São artistas que pela vitoriosa e consolidada carreira poderiam estar acomodados e vivendo das glórias do passado, mas que bom que ainda estão aí, lançando belos trabalhos e sempre viçosos. Há certas pessoas que realmente parecem que desceram do Olimpo !

Unknown disse...

Mestre Mestre Mestre!

Unknown disse...

Pq "ainda em cena"? Ele deveria estar fora de cena? rs

Unknown disse...

Pois é Unknown... Achei a matéria sobre o Cauby bem bacana. Mas o título e um ou dois trechos no texto do Mauro passam uma impressão *pra baixo*... Do tipo: ...Cauby ainda em cena (logo no título do post)... ou ...acreditou-se que Cauby não ia mais sair (do hospital - socorro!!!)... Como disse a Bethania quando um jornalista cogitou dela se encontrar com Amália Rodrigues no céu: ... xô, xô... saí prá lá... eu estou aqui quentinha da silva... Serve perfeito para o Cauby... Ele está aqui, quentinho da silva. E isso é o que importa.