Título: Sambas de enredo 2016
Artista: Vários
Gravadora: Universal Music
Cotação: * * *
♪ A avaliação da safra de sambas de enredo do Carnaval do Rio de Janeiro neste ano de 2016 pode ser feita sob dois pontos de vista. E, dependendo da ótica escolhida, a safra pode ser caracterizada como ruim ou como razoável. Se o ponto de comparação for a produção do gênero nas décadas áureas de 1960, 1970 e 1980, é justo apontar os poucos atrativos da safra de 2016. Contudo, se o confronto for com os sambas produzidos em anos recentes, a safra de 2016 até que não é das piores. Há, ao menos, um grande samba, o da Imperatriz Leopoldinense, escola carioca que vai desfilar na madrugada de terça-feira, 9 de fevereiro de 2016, com enredo em homenagem à dupla sertaneja Zezé Di Camargo & Luciano. O samba É o Amor... Que mexe com minha cabeça e me deixa assim... – Do sonho de um caipira nascem os filhos do Brasil (Zé Katimba, Adriano Ganso, Jorge do Finge, Moisés Santiago e Aldir Senna) é dos melhores dos últimos tempos. A melodia é épica, os refrões são fortes e a letra consegue traduzir em versos os valores de um Brasil caipira que resiste fora dos grandes centros urbanos. Já a escola fluminense Beija-Flor de Nilópolis briga pelo título com samba superior aos dos últimos Carnavais da agremiação. Mineirinho genial! Nova Lima – cidade natal. Marquês de Sapucaí – o poeta imortal! (Marcelo Guimarães, Sidney de Pilares, Manolo, Jorginho Moreira, Kirraizinho e Diogo Rosa) celebra o Marquês de Sapucaí que batiza a avenida pela qual desfilam as escolas do Carnaval. Já o samba do Salgueiro, A ópera dos malandros (Marcelo Motta, Fred Camacho, Guinga, Getúlio Coelho, Ricardo Fernandes e Francisco Aquino
), é do tipo quente que pode atingir o ponto de fervura na avenida. Outro samba que pode crescer na avenida é o da Mangueira, Maria Bethânia – A menina dos olhos de Oyá (Alemão do Cavaco, Almyr, Cadu, Lacyr D Mangueira, Paulinho Bandolim e Renan Brandão). Já a Portela reaparece com samba muito autorreferente, No voo da águia, uma viagem sem fim (Samir Trindade, Wanderley Monteiro, Elson Ramires, Lopita 77, Dimenor e Edmar Jr.), que ostenta refrão poderoso, mas que soa aquém do histórico (inclusive o recente) de bons sambas da escola de Madureira. E assim, entre sambas medianos (mas não exatamente ruins...), caminha o disco lançado no mercado fonográfico em 2015 com distribuição da gravadora Universal Music. O legado é o grande samba da Imperatriz Leopoldinense, que talvez seja injustiçada nas premiações pelo tema indigesto para as elites culturais que fecham os ouvidos para o Brasil sertanejo. Contudo, é da escola do bairro carioca de Ramos o melhor samba-enredo do Carnaval deste ano de 2016. O sonho caipira gerou belo samba!!!
6 comentários:
♪ A avaliação da safra de sambas de enredo do Carnaval do Rio de Janeiro neste ano de 2016 pode ser feita sob dois pontos de vista. E, dependendo da ótica escolhida, a safra pode ser caracterizada como ruim ou como razoável. Se o ponto de comparação for a produção do gênero nas décadas áureas de 1960, 1970 e 1980, é justo apontar os poucos atrativos da safra de 2016. Contudo, se o confronto for com os sambas produzidos em anos recentes, a safra de 2016 até que não é das piores. Há, ao menos, um grande samba, o da Imperatriz Leopoldinense, escola carioca que vai desfilar na madrugada de terça-feira, 9 de fevereiro de 2016, com enredo em homenagem à dupla sertaneja Zezé Di Camargo & Luciano. O samba É o Amor... Que mexe com minha cabeça e me deixa assim... – Do sonho de um caipira nascem os filhos do Brasil (Zé Katimba, Adriano Ganso, Jorge do Finge, Moisés Santiago e Aldir Senna) é dos melhores dos últimos tempos. A melodia é épica, os refrões são fortes e a letra consegue traduzir em versos os valores de um Brasil caipira que resiste fora dos grandes centros urbanos. Já a escola fluminense Beija-Flor de Nilópolis briga pelo título com samba superior aos dos últimos Carnavais da agremiação. Mineirinho genial! Nova Lima – cidade natal. Marquês de Sapucaí – o poeta imortal! (Marcelo Guimarães, Sidney de Pilares, Manolo, Jorginho Moreira, Kirraizinho e Diogo Rosa) celebra o Marquês de Sapucaí que batiza a avenida pela qual desfilam as escolas do Carnaval. Já o samba do Salgueiro, A ópera dos malandros (Marcelo Motta, Fred Camacho, Guinga, Getúlio Coelho, Ricardo Fernandes e Francisco Aquino ), é do tipo quente que pode atingir o ponto de fervura na avenida. Outro samba que pode crescer na avenida é o da Mangueira, Maria Bethânia – A menina dos olhos de Oyá (Alemão do Cavaco, Almyr, Cadu, Lacyr D Mangueira, Paulinho Bandolim e Renan Brandão). Já a Portela reaparece com samba muito autorreferente, No voo da águia, uma viagem sem fim (Samir Trindade, Wanderley Monteiro, Elson Ramires, Lopita 77, Dimenor e Edmar Jr.), que ostenta refrão poderoso, mas que soa aquém do histórico (inclusive o recente) de bons sambas da escola de Madureira. E assim, entre sambas medianos (mas não exatamente ruins...), caminha o disco lançado no mercado fonográfico em 2015 com distribuição da gravadora Universal Music. O legado é o grande samba da Imperatriz Leopoldinense, que talvez seja injustiçada nas premiações pelo tema indigesto para as elites culturais que fecham os ouvidos para o Brasil sertanejo. Contudo, é da escola do bairro carioca de Ramos o melhor samba-enredo do Carnaval deste ano de 2016. O sonho caipira gerou belo samba!!!
O samba da vila é belíssimo, silenciar jamais
Precisamos mesmo ainda saber qual a escola do coração do colunista?
Antenor Leopoldino, para sua informação, o editor do blog é Portela. Mas, seja o que for, sabe sempre separar o lado pessoal do profissional. Abs, MauroF
Estava afastado do blog, pois estava de férias e curtindo o carnaval. Bela percepção, Mauro! O samba da Imperatriz é disparado o melhor e entra para a posteridade. Abs
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