Mauro Ferreira no G1

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segunda-feira, 14 de março de 2016

Livro abre a roda e bastidores do 'Samba do Trabalhador' com texto afetuoso

Resenha de livro
Título: Segunda-feira - A história do Samba do Trabalhador
Autor: Daniel Brunet
Editora: Sonora
Cotação: * * * 

Jornalista carioca, natural da Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro (RJ), Daniel Brunet explicita o afeto pelo Samba do Trabalhador - e pelos bambas que fizeram a história do evento, muito deles conhecidos somente nas rodas - nas 288 páginas do livro em que conta a saga desta roda de samba que acontece às segundas-feiras no Clube Renascença, na Zona Norte do Rio. Lançado pela Sonora, editora aberta pelo pesquisador Marcelo Fróes para publicar livros de temas relacionados à música, Segunda-feira - A história do Samba do Trabalhador é, a rigor, grande e boa reportagem sobre a evolução do evento comandado pelo cantor, compositor e músico carioca Moacyr Luz a partir de 30 de maio de 2005. Brunet abre a roda e os bastidores do Samba do Trabalhador para traçar a evolução desse evento que, de boca em boca, se transformou numa das maiores rodas de samba do Rio de Janeiro. Está tudo lá nas páginas afetuosas do livro: as primeiras formações da roda, as rusgas iniciais com a vizinhança pelo alto e bom som feito pelos sambistas, as eventuais dissidências dos bambas e, sobretudo, o carinho do autor pela roda e pelos que fizeram a história dela. A história propriamente dita do Samba do Trabalhador está contada nas primeiras 83 páginas do livro prefaciado por Aldir Blanc. No quarto dos cinco capítulos, Brunet faz breve histórico das rodas de samba da cidade. O derradeiro capítulo expõe as relações entre samba e trabalho ao longo do primeiro século de vida do gênero musical que completará oficialmente 100 anos em novembro deste ano de 2016. Por fim, há longo apêndice - intitulado Os trabalhadores do samba - que aumenta o valor documental do livro. Brunet alinha minibiografias de 100 nomes ligados ao evento. São nomes como Barbeirinho do Jacarezinho, Makley Matos e Thiago da Serrinha, frequentadores do Samba do Trabalhador. Tais fichas biográficas - que incluem data e local de nascimento (e de morte, no caso dos que já saíram de cena) - valorizam o livro por jogar luz sobre a trajetória de bambas habitualmente ignorados pela mídia. Gente que, em maior ou menor grau, ajudou o Samba do Trabalhador a romper as fronteiras da cidade e a fazer História.

Um comentário:

Mauro Ferreira disse...

♪ Jornalista carioca, natural da Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro (RJ), Daniel Brunet explicita o afeto pelo Samba do Trabalhador - e pelos bambas que fizeram a história do evento, muito deles conhecidos somente nas rodas - nas 288 páginas do livro em que conta a saga desta roda de samba que acontece às segundas-feiras no Clube Renascença, na Zona Norte do Rio. Lançado pela Sonora, editora aberta pelo pesquisador Marcelo Fróes para publicar livros de temas relacionados à música, Segunda-feira - A história do Samba do Trabalhador é, a rigor, grande e boa reportagem sobre a evolução do evento comandado pelo cantor, compositor e músico carioca Moacyr Luz a partir de 30 de maio de 2005. Brunet abre a roda e os bastidores do Samba do Trabalhador para traçar a evolução desse evento que, de boca em boca, se transformou numa das maiores rodas de samba do Rio de Janeiro. Está tudo lá nas páginas afetuosas do livro: as primeiras formações da roda, as rusgas iniciais com a vizinhança pelo alto e bom som feito pelos sambistas, as eventuais dissidências dos bambas e, sobretudo, o carinho do autor pela roda e pelos que fizeram a história dela. A história propriamente dita do Samba do Trabalhador está contada nas primeiras 83 páginas do livro prefaciado por Aldir Blanc. No quarto dos cinco capítulos, Brunet faz breve histórico das rodas de samba da cidade. O derradeiro capítulo expõe as relações entre samba e trabalho ao longo do primeiro século de vida do gênero musical que completará oficialmente 100 anos em novembro deste ano de 2016. Por fim, há longo apêndice - intitulado Os trabalhadores do samba - que aumenta o valor documental do livro. Brunet alinha minibiografias de 100 nomes ligados ao evento. São nomes como Barbeirinho do Jacarezinho, Makley Matos e Thiago da Serrinha, frequentadores do Samba do Trabalhador. Tais fichas biográficas - que incluem data e local de nascimento (e de morte, no caso dos que já saíram de cena) - valorizam o livro por jogar luz sobre a trajetória de bambas habitualmente ignorados pela mídia. Gente que, em maior ou menor grau, ajudou o Samba do Trabalhador a romper as fronteiras da cidade e a fazer História.