Resenha de álbum
Título: LP
Artista: Luiza Possi
Gravadora: Independente / ONErpm (distribuição)
Cotação: * * 1/2
♪ "Sigo levando, tocando, caindo / Vou procurando, me levantando / E vou seguindo / Vou caminhando / Como dizia a canção / Não vejo problema em acreditar / Que pode chegar o dia em que algo floresça / Nada demais, mas que aconteça". Os versos de Sigo (Luiza Possi, Rodrigo Gorky e Arthur Gomes) - primeira das 10 músicas do oitavo álbum de Luiza Possi, LP, disponível nas plataformas digitais desde 11 de março de 2016 e com edição em CD prevista para abril - traduzem a irregular caminhada fonográfica da cantora e compositora de origem carioca, ora radicada na cidade de São Paulo (SP). Direcionada de início ao mercado musical adolescente no álbum de estreia Eu sou assim (Indie Records, 2002), a filha de Zizi Possi apostou no pop rock de criação mais adulta em Pro mundo levar (Indie Records, 2004), tangenciou o universo da MPB em Escuta (LGK Music / EMI Music, 2006), gravou o ao vivo A vida é mesmo assim (LGK Music / EMI Music, 2007), esboçou obra autoral em Bons ventos sempre chegam (LGK Music / Som Livre, 2009), gravou novamente ao vivo no equivocado Seguir cantando (LGK Music / Microservice, 2011) e, enfim, atingiu ponto de coesão e harmonia no melhor álbum da camaleônica obra fonográfica, Sobre o amor e o tempo (Radar Records, 2013), produzido por Dadi. Com público fiel, sobretudo na cidade de São Paulo (SP), Luiza Possi tem caminhado entre tropeços e segue cantando em LP à espera de um real reconhecimento nacional que ainda não veio. Talvez por preconceito. Entre todas as filhas de grandes cantoras do Brasil que seguiram a profissão das mães, Luiza é das mais afinadas. Não tem a estatura vocal de Maria Rita (a melhor de todas as filhas de cantoras), mas ostenta uma voz segura de emissão límpida, capaz de evidenciar na regravação de Insight (Jaloo, 2014) a boa melodia que se escondia atrás da eletrônica proeminente do registro original do cantor e compositor paraense Jaloo. A levada sedutora da regravação de O meu amor mora no Rio (Pélico, 2015) é outro acerto de LP e prova que a produção musical contemporânea tem sido prejudicada pela falta de vocação para o canto da maioria dos cantauores da atual geração pop. Na voz doce de Luiza Possi, O meu amor mora no Rio é hit em potencial. Já o cover da impositiva balada Como eu quero (Leoni e Paula Toller, 1984) é reverente em excesso e nada acrescenta à gravação do ora desativado grupo carioca Kid Abelha. A culpa não é da interpretação harmoniosa de Luiza, mas da decisão de reviver canção que não aponta outro caminho diferente do seguido pelo Kid. De todo modo é na safra de inéditas autorais que LP derrapa. A conexão de Luiza com os produtores Rodrigo Gorky - DJ do Bonde do Rolê e do duo Fatnotronic - e Arthur Gomes resultou em disco pontuados por beats sintéticos, com os quais os produtores formataram músicas compostas por Luiza em parceria com nomes com Dudu Falcão e Thiaguinho (coautor de Aventura, balada eleita o segundo single de LP). O fato é que músicas como Sem pressa (Yuri Drummond e Arthur Gomes) e Você tem o dom (Yuri Drummong e Arthur Gomes) parecem imersas naquele universo pop estéril que pauta a música produzida em escala industrial, sobretudo nos Estados Unidos. Já a balada Por quanto tempo (Luiza Possi e Dudu Falcão) parece toda pautada por emoção trivial, ainda que real - emoção bem diluída na canção Me beija (Luiza Possi, Arthur Gomes e Rafaela Andrade) e bastante amplificada em Pensando bem, a bela balada da lavra do baiano Bruno Caliman - compositor que fornece repertório para artistas populares como Luan Santana - que fecha LP, álbum que mostra Luiza Possi caminhando, caindo, se levantando e seguindo cantando (bem!), sem de fato florescer.
♪ "Sigo levando, tocando, caindo / Vou procurando, me levantando / E vou seguindo / Vou caminhando / Como dizia a canção / Não vejo problema em acreditar / Que pode chegar o dia em que algo floresça / Nada demais, mas que aconteça". Os versos de Sigo (Luiza Possi, Rodrigo Gorky e Arthur Gomes) - primeira das 10 músicas do oitavo álbum de Luiza Possi, LP, já disponível nas plataformas digitais - traduzem a irregular caminhada fonográfica da cantora e compositora de origem carioca, ora radicada na cidade de São Paulo (SP). Direcionada de início ao mercado adolescente no álbum de estreia Eu sou assim (Indie Records, 2002), a filha de Zizi Possi apostou no pop rock de criação mais adulta em Pro mundo levar (Indie Records, 2004), tangenciou o universo da MPB em Escuta (LGK Music / EMI Music, 2006), gravou o ao vivo A vida é mesmo assim (LGK Music / EMI Music, 2007), esboçou obra autoral em Bons ventos sempre chegam (LGK Music / Som Livre, 2009), gravou novamente ao vivo no equivocado Seguir cantando (LGK Music / Microservice, 2011) e, enfim, atingiu ponto de coesão e harmonia no melhor álbum da camaleônica obra fonográfica, Sobre o amor e o tempo (Radar Records, 2013), produzido por Dadi. Com público fiel, sobretudo na cidade de São Paulo (SP), Luiza Possi tem caminhado entre tropeços e segue cantando em LP à espera de um real reconhecimento nacional que ainda não veio. Talvez por preconceito. Entre todas as filhas de grandes cantoras do Brasil que seguiram a profissão das mães, Luiza é das mais afinadas. Não tem a estatura vocal de Maria Rita (a melhor de todas as filhas de cantoras), mas ostenta uma voz segura de emissão límpida, capaz de evidenciar na regravação de Insight (Jaloo, 2014) a boa melodia que se escondia atrás da eletrônica proeminente do registro original do cantor e compositor paraense Jaloo. A levada sedutora da regravação de O meu amor mora no Rio (Pélico, 2015) é outro acerto de LP e prova que a produção musical contemporânea tem sido prejudicada pela falta de vocação para o canto da maioria dos cantauores da atual geração pop. Na voz doce de Luiza Possi, O meu amor mora no Rio é hit em potencial. Já o cover da impositiva balada Como eu quero (Leoni e Paula Toller, 1984) é reverente em excesso e nada acrescenta à gravação do ora desativado grupo carioca Kid Abelha. A culpa não é da interpretação harmoniosa de Luiza, mas da decisão de reviver canção que não aponta outro caminho diferente do seguido pelo Kid. De todo modo é na safra de inéditas autorais que LP derrapa. A conexão de Luiza com os produtores Rodrigo Gorky - DJ do Bonde do Rolê e do duo Fatnotronic - e Arthur Gomes resultou em disco pontuados por beats sintéticos, com os quais os produtores formataram músicas compostas por Luiza em parceria com nomes com Dudu Falcão e Thiaguinho (coautor de Aventura, balada eleita o segundo single de LP). O fato é que músicas como Sem pressa e Você tem o dom parecem imersas naquele universo pop estéril que pauta a música produzida em escala industrial. Já a balada Por quanto tempo ainda parece pautada por emoção trivial, mas real, diluída na canção Me beija (Arthur Gomes e Rafaela Andrade), mas amplificada em Pensando bem, a bela balada que fecha LP, disco que exibe Luiza Possi caminhando, caindo, se levantando e seguindo cantando bem.
ResponderExcluirNão achei ruim o disco, mas também não é memorável... O álbum não mostra Luiza em seu melhor momento... Enfim, merecia 2 estrelas somente...
ResponderExcluirAcho a Luiza linda, canta bem, mas, como diria o Baby da Família Dinossauro: "Não é a mamãe!".
ResponderExcluirPS: Odiei a capa.
Achei a capa sem graça, com esse LP escrito de todo tamanho... Mas de qualquer forma, gostaria de saber quem são os compositores de cada faixa desse disco...
ResponderExcluirJa escutei o cd inteiro e não me agradou. E como foi dito, ela ainda precisa se firmar, mesmo tendo uma voz maravilhosa e suave. Agora é esperar pelo próximo lançamento.
ResponderExcluirOlha sou fã do trabalho da Luiza, gostei muito do trabalho anterior "Sobre Amor e o Tempo" (2013), só que este trabalho, está totalmente diferente, ouvi todo o disco, me encantei realmente por "O Meu Amor Mora no Rio" e "Pensando Bem", o resto não me cativou muito, esperava mais, agora é esperar pra ver a recepção mais pele frente.
ResponderExcluirLuiza...arranja outra coisa pra fazer... talvez arquitetura ou medicina...
ResponderExcluirSeu pior disco chega a lembrar anitta em algumas músicas porem o que ainda salva e por ela ser uma ótima interprete mais comparado ao Escuta(2006) que pra mim foi o melhor a mudança foi radical e para pior
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ResponderExcluirMas o que é que "Como eu quero" está fazendo aí, gente!?
Ela já gosta de pegar uma música que não tem mais o que acrescentar e regravar pra tocar em rádio, como folhetim, e ganhar a antipatia de quem conhece bem as originais.
Concordo completamente. "Você tem o dom" e "Sem pressa", ambas da dupla Yuri Drummond e Arthur Gomes, são beeem repertório da Anitta. Tem quem goste, mas eu passo. Uma curiosidade: "Pensando bem" é de autoria do baiano Bruno Caliman, hitmaker de muitos artistas do sertanejo pop / universitário, principalmente. É dele o "Camaro amarelo" (medonho) do Munhoz e Mariano e o "Escreve aí" do Luan Santana. Mas sem preconceitos. A música é muito boa, e está entre as que salvam o disco. Lembra, inclusive, o repertório autoral da Isabella Taviani.
ResponderExcluir"Sigo", "Insight" e "O meu amor mora no Rio" também são / ficaram muito boas. "Como eu quero" é injustificável. Ainda mais em um disco com dez faixas.
Pra mim Luiza Possi nunca decolou. Não a vejo como cantora e sim como aquela que de vez em sempre está no programa da Fatima Bernardes falando sobre seu emagrecimento. Nem todo filho de artista herda o talento dos pais.
ResponderExcluirSou um fã da Luiza, mas tenho preguiça desse novo álbum. Muito imaturo. Luiza segue um caminho difícil q poucas acertaram. Ex de Gal Costa que gravou de tudo e brilha até hj.
ResponderExcluirGal Costa foi uma das poucas cantoras que gravou de tudo e se deu bem na maioria das tentativas. Luiza precisa mostrar quem ela é como cantora e só depois se aventurar pelos ritmos. Mesmo assim sou um super fã
ResponderExcluirSou um fã da Luiza, mas tenho preguiça desse novo álbum. Muito imaturo. Luiza segue um caminho difícil q poucas acertaram. Ex de Gal Costa que gravou de tudo e brilha até hj.
ResponderExcluirEu achei o CD bem bom, talvez seja a chance de Luiza Possi atingir o mainstream, realmente o cover de Como Eu Quero é bem desnecessário, mas o CD tem uma pegada pop muito atual! Sobre a capa do CD, eu AMEI, acho que é sensual, pop, atual e numa prateleira de cds ela se destaca.
ResponderExcluirSe Maria Rita é a melhor das cantora-filhas,imagina a pior.
ResponderExcluirMais uma música e ela cometeria "Bang" da Anitta.
ResponderExcluirNão tá fácil prá ninguém
A capa? Linda
Ricardo Sérgio.
Segue a relação de compositores do disco, que não foi informado pelo Mauro no post:
ResponderExcluir1. Sigo (Luiza Possi/Arthur Gomes/Rodrigo Gorky)
2. Insight (Jaloo)
3. Como Eu Quero (Leoni/Paula Toller)
4. Você Tem O Dom (Yuri Drummond/Arthur Gomes)
5. Por Quanto Tempo (Luiza Possi/Dudu Falcão)
6. O Meu Amor Mora No Rio (Pélico)
7. Sem Pressa (Luiza Possi/Yuri Drummond/Arthur Gomes)
8. Me Beija (Arthur Gomes/Rafaela Andrade)
9. Aventura (Luiza Possi/Thiaguinho)
10. Pensando Bem (Bruno Caliman)
Espero estar ajudando com esse post quem gosta de saber os nomes dos compositores de todas as faixas...