Mauro Ferreira no G1

Aviso aos navegantes: desde 6 de julho de 2016, o jornalista Mauro Ferreira atualiza diariamente uma coluna sobre o mercado fonográfico brasileiro no portal G1. Clique aqui para acessar a coluna. O endereço é http://g1.globo.com/musica/blog/mauro-ferreira/


sábado, 30 de abril de 2016

Eis a capa de 'Amor geral', o primeiro álbum de Fernanda Abreu em dez anos

Com capa que expõe arte criada por Giovanni Bianco a partir de foto de Gui Paganini, o primeiro álbum de Fernanda Abreu em dez anos, Amor geral, teve o lançamento adiado em duas semanas. Em vez de 6 de maio de 2016, data inicialmente prevista para a chegada do disco ao mercado fonográfico, Amor geral vai ser lançado em 20 de maio de 2016 em edição do selo da artista, Garota Sangue Bom, distribuída em escala nacional pela gravadora Sony Music em CD e em formato digital. Eis - na ordem do disco - as dez músicas do primeiro álbum da artista carioca em dez anos:

1. Outro sim (Fernanda Abreu, Gabriel Moura e Jovi Joviniano)
2. Tambor (Fernanda Abreu, Gabriel Moura, Jovi Joviniano e Afrika Bambaataa)
    - com Afrika Bambaataa
3. Deliciosamente (Fernanda Abreu, Alexandre Vaz e Jorge Ailton)
4. Saber chegar (Fernanda Abreu, Donatinho, Tibless e Play Pires)
5. Antídoto (Fernanda Abreu)
6. O que ficou (Fernanda Abreu, Thiago Silva e Qinho)
7. Double love (Amor em dose dupla) (Fausto Fawcett e Laufer)
8. Por quem (Fernanda Abreu e Qinho)
9. Valsa do desejo (Fernanda Abreu e Tuto Ferraz)
10. Amor geral (Fernanda Abreu, Pedro Bernardes e Fausto Fawcett)

Sem Xande e sem virar a mesa do pagode, Revelação segue o curso habitual

Resenha de álbum
Título: O bom samba continua - Ao vivo
Artista: Grupo Revelação
Gravadora: Deck
Cotação: * * *

Ao tentar vender a ideia de permanência, o título do 11º álbum do Grupo Revelação, O bom samba continua - Ao vivo, tem a missão de fazer o ouvinte acreditar que o grupo carioca de pagode, criado há 25 anos, vai se manter em evidência sem o vocalista Xande de Pilares. A debandada de Xande em 2014 para iniciar carreira solo - em saída que provocou desarmonia entre o cantor e integrantes antigos do Revelação como Mauro Jr. - pôs em dúvida o futuro do grupo. Mas o Revelação quer seguir em frente com o eficiente vocalista Davi Pereira e, justiça seja feita, o álbum ora lançado pela Deck - gravadora carioca no qual o grupo ingressou em 2001 e estourou em 2002 com o CD Ao vivo no Olimpo - é bem melhor do que o rasante voo populista feito pelo Revelação no CD e DVD 360º ao vivo (Universal Music, 2012), último trabalho com Xande. Há sambas realmente bons no repertório como Vai buscar sua felicidade (Helinho do Salgueiro e Marcio Paiva) - de refrão sedutor e melodioso - e, sobretudo, Pedaço de ilusão (Jorge Aragão, Sombrinha e Jotabê, 1981), pérola do pagode lapidada e lançada por Beth Carvalho há 35 anos. A questão é que a forçação de um clima ao vivo no disco deixou interpretações e arranjos por vezes lineares. O álbum foi inteiramente gravado em estúdio, com produção de Bira Hawaí, mas em forjado ambiente de disco ao vivo, com coro do público nas 20 músicas alocadas nas 18 faixas do álbum. Esse clima de entusiasmo artificial dilui a melancolia que embala sambas dolentes como Meu amor é um vício (Jorge Aragão e Marquinhos PQD, 2001), gravado originalmente pelo Revelação no álbum Nosso samba virou religião (BMG, 2001). E por falar em regravação, a frágil abordagem pagodeira de Segredos (Roberto Frejat, 2001) - sucesso pop da carreira solo do barão Frejat - soa dispensável em repertório que inclui sambas animados sem dar muita vez ao chororô do pagode romântico de cepa menos nobre. Para quem acompanha a discografia do Revelação, a pegada acelerada de sambas como Fuzuê (Diego Madeira, Leandro Ferreira e Fernando Rezende) e Amor ao ofício (Luiz Cláudio Picolé e Leandro Fab) vai soar bem familiar. Primeiro single do álbum, previamente apresentado em março deste ano de 2016, Cavaleiro sonhador (Mauro Jr. e Leandro Fab) sinaliza que nada mudou tanto assim no som e na voz do Grupo Revelação. Tanto que o fecho do disco agrega sambas - Trevo de paz (Ademir Fogaça) e Vara de família (Fred Camacho e Nei Lopes), entre outros - em clima de pagode de mesa. É nesse clima, na palma da mão, que o Revelação reabre Bar da neguinha (Flavinho Silva e Adilson Ribeiro, 2011), outro tema extraído do repertório referencial de Beth Carvalho. Enfim, mesmo sem o carisma de Xande de Pilares, o álbum mostra que o Revelação continua seguindo o curso habitual na estrada, transitando entre o samba dos nobres quintais e o pagode de romantismo bem trivial. Tudo indica que o grupo permanecerá...

Leitte lança a música 'Ricos de amor' enquanto não sai o álbum internacional

Cinco meses após lançar em dezembro de 2015 o single Corazón, música do álbum que prepara para o mercado internacional pela empresa Roc Nation, Claudia Leitte lança música inédita na web. Intitulada Ricos de amor, a música é de autoria do cantor e compositor baiano Tierry Coringa - ex-vocalista da banda Fantasmão que saiu em carreira solo em que aposta em som popular que mixa elementos de arrocha, forró e sertanejo - e é cantada em português. Já está em rotação na web o vídeo em que a artista dá voz a Ricos de amor. Trata-se de insossa balada de tom romântico, sem a artificial vibração pop latina de Corazón.  Não se sabe se a canção integra o disco da Roc Nation.

Cachorro Grande celebra '10' anos do álbum 'Pista livre' com edição em vinil

Terceiro álbum do grupo gaúcho Cachorro Grande, Pista livre (Deckdisc, 2005) é relançado em edição em vinil fabricada pela Polysom sob licença da gravadora Deck. A ideia era festejar com a edição em vinil de 140 gramas os dez anos - que, a rigor, já são onze - do álbum produzido por Rafael Ramos. Todas as 12 músicas do disco são assinadas pelo vocalista e compositor da banda, Beto Bruno, a sós ou em parceria com o guitarrista Marcelo Gross e o baterista Gabriel Azambuja. Eis, na disposição do LP que sairá em maio de 2016, as 12 músicas autorais do álbum  Pista livre:

Lado A:
1. Você não sabe o que perdeu (Beto Bruno)
2. Agora eu tô bem louco (Beto Bruno e Marcelo Gross) - com Lobão
3. Desentoa (Beto Bruno e Gabriel Azambuja)
4. Bom brasileiro (Beto Bruno)
5. Longa-metragem (Beto Bruno)
6. Interligado (Beto Bruno)

Lado B:
1. Eu pensei (Beto Bruno e Marcelo Gross)
2. Novo super-herói (Beto Bruno e Marcelo Gross)
3. Super amigo (Beto Bruno e Marcelo Gross)
4. Sinceramente (Beto Bruno)
5. Situação dramática (Beto Bruno)
6. Velha amiga (Beto Bruno e Marcelo Gross)

sexta-feira, 29 de abril de 2016

Nando vai gravar música de álbum do grupo norte-americano Levee Walkers

Nando Reis é um dos vocalistas convidados pelos integrantes do novato trio norte-americano Levee Walkers - grupo recém-formado pelos músicos Barrett Martin (baterista do Mad Season e do Screaming Trees), Mike McCready (guitarrista do Pearl Jam e do Mad Season) e Duff McKagan (baixista do Guns N’ Roses e do Velvet Revolver) - para gravar músicas do álbum que vai marcar a estreia do supergrupo no mercado fonográfico dos EUA. Assim como os outros vocalistas, o cantor paulistano - em foto de Ana Beatriz Elorza e Thiego Montiel - vai pôr uma voz em uma das 16 músicas do disco, ainda em processo de pré-produção. Cabe lembrar que Barrett Martin já tocou em três álbuns de Nando - Para quando o arco-íris encontrar o pote de ouro (Warner Music, 2000), Infernal (Warner Music, 2001) e A letra A (Universal Music, 2003) - e coproduziu este ano o próximo disco solo do artista, o que explica o convite feito ao artista brasileiro para integrar o elenco de vocalistas do álbum de estreia dos Levee Walkers.

Coletânea 'Novíssima música brasileira' mapeia som contemporâneo do país

Com fonogramas de 18 bandas e cantores emergentes no universo pop nativo, todos ainda sem visibilidade nacional e restritos a nichos do mercado, a compilação Novíssima música brasileira - idealizada pelo jornalista Marcelo Monteiro, um dos editores do blog Amplificador - chega hoje, 29 de abril de 2016, ao mercado fonográfico brasileiro em edição da gravadora Sony Music. Através de 18 gravações de nomes de oito estados do Brasil, a coletânea mapeia os sons contemporâneos do país e é o embrião de vindouro selo da Sony Music, Novíssima música brasileira, através do qual a gravadora multinacional vai editar - sobretudo no mercado digital - discos de artistas associados a essa cena. A rota do disco abarca os estados de Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, São Paulo e Sergipe. Eis, na ordem da compilação dividida conceitualmente em dois discos, os 18 fonogramas dessa emergente Novíssima música brasileira:

 Disco 1
1. Cá estou - The Baggios (SE)
2. A vida vem em ondas - Nômade Orquestra (SP)
3. Babulina's trip - Graveola (MG)
4. Your eyes - Mohandas (RJ)
5. Abelha - Letuce (RJ)
6. Livre - Ive Seixas (RJ)
7. Geografia - Sara Não Tem Nome (MG)
8. Corre - Coutto Orquestra (SE)
9. Obatalá - Abayomy (RJ)

 Disco 2
1. Axé - IFÁ Afrobeat (BA)
2. Um rio - Fukai (RN)
3. Vagabundo iluminado - Tagore (PE)
4. Piacó - Iconili (MG)
5. Filme - OQuadro (BA)
6. Feito tamborim (Para Céu) - Fabrício (BA)
7. Last chance trip - Muddy Brothers (ES)
8. Não te interessa - Zé Vito (RJ)
9. Amigo reaça - SereS (RJ)

Sepultura começa a gravar o 14º álbum de estúdio em Estocolmo, na Suécia

O grupo mineiro Sepultura começou a gravar o 14º álbum de estúdio no Studio Gröndahl - situado no complexo Fascination Street Recording Studios, em Estocolmo, na Suécia - neste mês de abril de 2016. Tal como o excelente disco anterior da banda, The mediator between head and hands must be the heart (Nuclear Blast / Substancial Music, 2013), lançado há três anos, o 14º álbum do Sepultura vai chegar ao mercado fonográfico mundial pela gravadora Nuclear Blast, em meados deste ano. Na foto, os quatro integrantes da banda posam (com Fredrik Strager) no estúdio sueco.

Possi grava, enfim, show memorialista 'Na sala com Zizi' para edição de DVD

Programado de início para 28 e 29 de janeiro deste ano de 2016, em apresentações no Theatro Net da cidade de São Paulo (SP), o registro audiovisual do show Na sala com Zizi foi efetivamente feito pela cantora Zizi Possi na última terça-feira, 26 de abril. Zizi - em foto de Mauro Ferreira - gravou o show em apresentação feita no Teatro Porto Seguro, na cidade natal de São Paulo (SP) para edição de DVD. Clique aqui para reler a resenha da estreia carioca do show Na sala com Zizi.

quinta-feira, 28 de abril de 2016

Marisa Monte alicerça parceria com Silva, com quem já compôs três músicas

Marisa Monte abriu parceria com Silva. A cantora e compositora carioca - em foto de Leo Aversa - já fez nada menos do que três músicas com o cantor, compositor e músico capixaba batizado como Lúcio Silva. As músicas são assinadas por Marisa com o artista e com Lucas Silva, irmão e parceiro habitual de Silva. Compondo de forma contínua com os diversos parceiros, Marisa cogita a ideia de lançar gravações de músicas inéditas na web de forma avulsa, desvinculadas de um álbum.

Banda Graveola lança segundo single do álbum autoral 'Camaleão borboleta'

Na sequência da edição de Talismã, primeiro single do álbum autoral Camaleão borboleta, o grupo mineiro Graveola apresenta nesta última semana de abril de 2016 o segundo single do ainda inédito quinto álbum da banda, produzido por Chico Neves. O segundo single de Camaleão borboleta se chama Índio Maracanã e reedita o tom solar de Talismã (música gravada pelo Graveola com a adesão de Samuel Rosa). Composição de autoria do vocalista do grupo, José Luís Braga, Índio Maracanã versa sobre a luta dos indígenas da Aldeia Maracanã na levada de ritmos de Cabo Verde.  O repertório do álbum Camaleão borboleta totaliza dez músicas inéditas de autoria dos integrantes do Graveola.  Lembrete - música já tocada pela banda em shows - figura no álbum.

Nascido para compor, Ivor baixa tons em CD, mas a 'febre de amor' está alta

Resenha de álbum
Título: Tudo que eu quis
Artista: Ivor Lancellotti
Gravadora: Dubas Música
Cotação: * * * 1/2

"Nasci para compor / Queria tanto ter você por aqui / Pra interpretar a minha febre de amor / Nessas canções que hoje brotam de mim", lamenta Ivor Lancellotti em versos de Pois é, professor, uma das dez músicas inéditas dentre as 12 composições do repertório do quinto bom álbum do compositor carioca.  Disco inteiramente autoral produzido com requinte por Dany Roland, Tudo que eu quis reitera que o autor de Abandono - grande música lançada por Eliana Pittman em 1974 e popularizada na voz de Roberto Carlos a partir de 1979 - nasceu mesmo para compor canções. Como cantor, Ivor se presta ao papel de dar voz ao compositor. No caso de Tudo que eu quis, em tons mais baixos, adequados ao tempo de um artista que completou 71 anos em 30 de março de 2016. Contudo, a febre de amor continua, numa temperatura alta evidenciada pelas belas cordas orquestradas por Joey Altruda para o arranjo de Sonhos e planos - expressiva música lançada pela cantora Andreia Carneiro em álbum de 2010 - e por Renata Neves para Morro, uma das três parcerias de Ivor com o filho Alvinho Lancellotti registradas em Tudo que eu quis (as outras duas são Efeitos e Feito pena). Título mais inspirado do cancioneiro gravado por Ivor em Tudo que eu quis, Nascente e ocaso foi previamente apresentada como o primeiro single de álbum que evoca um clima de fado na música-título Tudo que eu quis. Música lançada pelo grupo carioca Fino Coletivo no álbum Copacabana (Oi Música, 2010), Bravo mar - parceria de Ivor com o outro filho, Domenico Lancellotti - reitera a impressão de que o compositor segue os ventos da inspiração sem saudosismo. Por mais que o cancioneiro traga o d.n.a. do compositor, a arquitetura do álbum - orquestrada por Dany Roland com músicos da cena contemporânea carioca, como o próprio Domenico - prima pela modernidade, seguindo a linha do álbum anterior do artista, Em boas e mais companhias (Dubas Música, 2011). Em evidência desde os anos 1970, a produção autoral do compositor sinaliza no CD que, ao contrário dos tons da voz, a febre de amor vai permanecer alta.

Ivan Lins grava piano na música que deu para disco de inéditas de Wanda Sá

Ivan Lins toca piano em faixa do álbum de músicas inéditas que a cantora e compositora Wanda Sá grava em estúdio da cidade do Rio de Janeiro (RJ). O cantor, compositor e músico carioca gravou anteontem, 26 de de abril de 2016, a participação no disco. Ivan - visto com Wanda na foto tirada no estúdio por Mauro Mattos - toca piano em Uma simples canção, a música inédita que deu para o álbum da cantora de origem paulistana e criação carioca. O disco se chama Cá entre nós - nome de música inédita composta por Roberto Menescal com Wanda Sá  -  e sai neste ano de 2016.

quarta-feira, 27 de abril de 2016

Eis a capa de 'Babies', álbum em que Cosentino canta inédita de Calcanhotto

Esta é a capa pop de Babies, álbum que Bruno Cosentino lança no fim deste mês de abril de 2016. A capa expõe a arte gráfica criada por Márcio Bulk - parceiro do cantor e compositor carioca em Electric fish, primeira das nove músicas do disco - a partir de foto de Daryan Dornelles. Gravado com a banda carioca Exército de Bebês, Babies sucede o álbum solo Amarelo (Independente, 2015) na discografia de Cosentino. O repertório de Babies inclui música inédita de Adriana Calcanhotto, Nunca mais, cuja letra tem versos do poeta Eucanãa Ferraz, parceiro de Cosentino na também inédita Acontecido. E por falar em poetas, a música Pra você foi composta por Cosentino a partir de versos do norte-americano Walt Whitman (1819 - 1892). Em Babies, o cantor também dá voz à música Homens flores, parceria de Luis Capucho com Marcos Sacramento.

Dani Black lança single com gravação de estúdio de música lançada em 2013

Em novembro de 2013, Dani Black disponibilizou no site oficial do artista, para download legal e gratuito, EP com oito músicas gravadas ao vivo. A maioria das composições do EP SP ao vivo (2013, independente) vinha do repertório do primeiro álbum do cantor, compositor e músico paulistano, Dani Black (Som Livre, 2011). Uma delas, contudo, era totalmente inédita. Tratava-se de Encontros carnais (Dani Black, 2013). É essa música, Encontros carnais, que Dani Black ora rebobina em gravação de estúdio editada em single apresentado esta semana pelo artista. Ao regravar Encontros carnais em estúdio, Dani recai no suingue black com metais em brasa no arranjo do fonograma. O single  Encontros carnais pode ser baixado no site oficial de Dani Black.

Banda Zil relança álbum no iTunes e grava primeiro DVD em maio em Minas

Lançado em 1987 no formato de LP, o primeiro e único álbum da Banda Zil - grupo formado por Zé Renato, Claudio Nucci, Ricardo Silveira, Marcos Ariel, Zé Nogueira, Jurim Moreira e João Batista - está sendo relançado em edição digital já disponível para compra no iTunes. Paralelamente à reedição do álbum Banda Zil (Continental, 1987), o septeto - dissolvido em 1988 e reunido em 2015 para reavivar som calcado em mistura singular de música brasileira com o jazz - se prepara para fazer o primeiro registro ao vivo audiovisual de show. A gravação ao vivo vai ser feita em apresentação da Zil no Cultural Bar, em Juiz de Fora (MG), em 19 de maio deste ano de 2016. O registro do show vai dar origem a um DVD, previsto para ser lançado no segundo semestre de 2016.

Flávio, 14 Bis e Sá & Guarabyra gravam 'Encontro marcado' para DVD (e CD)

A IMAGEM DO SOM - A foto de Jane Monteiro mostra o grupo 14 Bis, o cantor Flávio Venturini - vocalista da banda nas décadas de 1970 e 1980 - e a dupla Sá & Guarabyra no palco do Palácio das Artes, em Belo Horizonte (MG), no último domingo, 24 de abril de 2016. Na data, o grupo gravou a apresentação do show Encontro marcado para edição de DVD e CD ao vivo, previstos para serem lançados entre junho e julho deste ano de 2016. A gravação ao vivo do show da turnê Encontro marcadofoi feita diante de plateia de convidados dos artistas e dos produtores deste show coletivo.

terça-feira, 26 de abril de 2016

Mihay agrega Aydar, Romulo e Tulipa no segundo álbum, 'Gravador e amor'

Cinco anos após o álbum de estreia, Respiramundo (Independente, 2011), Mihay lança o segundo álbum, Gravador e amor, neste mês de abril de 2016. No disco, gravado em 2014 com produção do guitarrista Gabriel Muzak, o cantor e compositor carioca - egresso do teatro e também conhecido nos bastidores da cena contemporânea brasileira pelo trabalho como videomaker - dá voz a repertório inédito e autoral que totaliza 11 músicas, transitando por dançante canção romântica (Amor, love amor), moda de viola de inspiração urbana (Pequena gota), blues (Vice-versa), dub (Seu direito) e samba (Desafinador do mundo, com participação de Romulo Fróes). Luisa Maita canta com Mihay a música que abre o disco, Nem tudo. João Donato é parceiro, arranjador e músico convidado de Noite clara, faixa na qual se ouve - além do piano rhodes de Donato - a voz de Tulipa Ruiz e a bateria de Robertinho Silva. Já Mariana Aydar pôs voz na lisérgica Memória de elefante, música moldada com o synth de Kassin e a guitarra e as programações de Gabriel Muzak.

Grupo goiano Boogarins figura em vinil duplo que celebra álbum 'Pet sounds'

O grupo goiano de rock psicodélico Boogarins representa o Brasil no elenco indie internacional convidado a gravar uma das 15 músicas que compõem o repertório do vinil duplo que celebra as cinco décadas do álbum Pet Sounds (Capitol, 1966), lançado há 50 anos pelo grupo norte-americano The Beach Boys. O 11º álbum de estúdio da banda de Brian Wilson é um dos títulos mais relevantes e cultuados dos Beach Boys. A tribute to Pet Sounds vai ser lançado na próxima sexta-feira, 29 de abril de 2016, no formato de vinil duplo, com tiragem limitada de duas mil cópias. De início, o vinil vai estar à venda somente no festival Levitation, em cartaz nos Estados Unidos, já que Brian Wilson revive o célebre álbum em show incluído na programação do evento. A partir de 27 de maio, a edição do vinil duplo - produzido por Al Lover, escolhido para ser o curador do projeto fonográfico a convite da instituição The Reverberation Appreciation Society - vai chegar às lojas dos Estados Unidos. Em A tribute to Pet Sounds, o grupo Boogarins regrava Let's go away for while (Brian Wilson, 1966), música alocada como a sexta faixa do lado A da edição original em vinil do álbum Pet Sounds. No vinil duplo A tribute to Pet Sounds, a música é a quarta faixa do lado B.

Eis a capa e as músicas do DVD em que o Dois em Um rebobina dois álbuns

Esta é a capa do primeiro DVD do Dois em Um, duo baiano de Salvador (BA) formado pela cantora e violoncelista carioca Fernanda Monteiro com o compositor, multi-instrumentista e produtor musical baiano Luisão Pereira. Gravado com recursos financeiros obtidos em edital do projeto Natura Musical, o DVD Ao vivo no Museu do Recôncavo Wanderley Pinho vai ser lançado em maio deste ano de 2016 em edição dupla que inclui CD com as 14 músicas do vídeo. Dirigido por Gilberto Monte com produção musical de Luisão, o DVD exibe show feito pelo duo em setembro de 2015 - na paisagem natural do museu situado no distrito de Caboto, na cidade de Candeias (BA) - com intervenções de Rebeca Matta e Zé Manoel. O roteiro entrelaça músicas dos dois álbuns do duo, Dois em Um (Midsummer Madness, 2009) e Agora (Independente, 2013). Cantora e compositora baiana, Matta tem a voz ouvida em Festim (Luisão Pereira, 2013) - samba que já havia gravado com o duo no disco Agora - e Vai que de repente (Luisão Pereira e Mateus Borba, 2009). Já o cantor, compositor e pianista pernambucano Zé Manoel canta e toca nas músicas Agora (Luisão Pereira e Mateus Borba, 2013) e Matinê (Luisão Pereira, Fernanda Vasconcellos, Nana e João Vinicius, 2013). No show perpetuado no CD e DVD Ao vivo no Museu do Recôncavo Wanderley Pinho, Luisão Pereira (voz, guitarra, violões, piano, rhodes e escaleta) e Fernanda Monteiro (voz e violoncelo) dividem a cena com Tadeu Mascarenhas (baixo, synth e escaleta), Felipe Dieder (bateria) e Livia Nery (teclados e escaleta). Eis, na disposição do CD e DVD, as 14 músicas desse primeiro título gravado ao vivo da discografia do duo soteropolitano Dois em Um:

1. Florália (Luisão Pereira e Mateus Borba, 2009)
2. E se chover? (Luisão Pereira e Mateus Borba, 2009)
3. Às vezes (Tatau Pereira e Expedito Almeida, 2013)
4. Saturno (Luisão Pereira, 2013)
5. Você tem o que eu preciso (Luisão Pereira e Ronaldo Bastos, 2013)
6. Deixa (Luisão Pereira e Mateus Borba, 2009)
7. Mais uma vez (Luisão Pereira, 2009)
8. Agora (Luisão Pereira e Mateus Borba, 2013) - com a voz e o piano de Zé Manoel
9. Matinê (Luisão Pereira, Fernanda Vasconcellos, Nana e João Vinicius, 2013) - com a voz 
    e o piano de Zé Manoel
10. Festim (Luisão Pereira, 2013) - com a voz de Rebeca Matta
11. Vai que de repente (Luisão Pereira e Mateus Borba, 2009) - com a voz de Rebeca Matta
12. Mar nos olhos (Luisão Pereira e Mateus Borba, 2013)
13. Eu sempre avisei (Luisão Pereira, 2009)
14. Um porto (Luisão Pereira e Mateus Borba, 2013)

'Coleção' de Marisa reitera padrão de cantora de voz suavizada com o tempo

Resenha de álbum
Título: Coleção
Artista: Marisa Monte
Gravadora: Phonomotor Records / EMI / Universal Music
Cotação: * * * * *

A Marisa Monte de Coleção - a criteriosa compilação que chega ao mercado fonográfico brasileiro a partir da próxima sexta-feira, 29 de abril de 2016 - é uma cantora diferente da intérprete que impôs padrões e dividiu águas na música brasileira ao irromper com força a partir de janeiro de 1989, consolidando instantaneamente carreira estrategicamente articulada a partir de 1987 com cultuados shows na cidade natal do Rio de Janeiro (RJ). A voz potente e vibrante de tempos idos adquiriu progressivamente tonalidades mais suaves. Lançados originalmente entre 1993 e 2014, os 13 fonogramas selecionados pela cantora e compositora carioca para a primeira coletânea da discografia estão enquadrados neste tempo de delicadeza. Nem pior e tampouco melhor do que a Marisa de outrora, mas tão somente diferente, a Marisa dos dias de hoje conserva o mesmo rigor estético do canto e tem apresentado grandes álbuns, ainda que estes álbuns já não causem no mercado fonográfico brasileiro o impacto de antes. Toda uma geração de cantoras surgidas na contemporânea cena musical do Brasil -  vindas no rasto do bem-sucedido lançamento da paulistana Céu em 2005 - diluiu a força de Marisa como a voz-guia do país. De todo modo, Marisa Monte ainda é - e sempre vai ser - referência e padrão de canto feminino no Brasil. Com capa que expõe a artista em tela do pintor italiano Francesco Clemente, criada em 2010, Coleção é compilação que agrega valor à discografia da artista pelo fato de alinhar 13 fonogramas ausentes da obra fonográfica solo de Marisa. A coletânea faz mais sentido na edição física em CD por reunir gravações dispersas em álbuns alheios, em trilhas sonoras de filmes, em projetos coletivos e até em EP ao vivo da cantora lançado somente em edição digital, iTunes live from São Paulo (2011), disco do qual Coleção rebobina os registros de A primeira pedra (Marisa Monte, Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes, 2006) - canção belíssima reavivada por Marisa com a voz (sutil) e o violão do músico argentino Gustavo Santaolalla em show feito no evento que celebrou a chegada do iTunes ao Brasil - e de Ilusão, a versão em português (escrita por Marisa com Arnaldo Antunes) de Ilusión, a canção de Julieta Venegas gravada originalmente por Marisa com a estrela da música mexicana no CD e DVD Julieta Venegas Unplugged MTV (Sony Music, 2008). Na gravação ao vivo, a ordem dos versos em português e em espanhol é invertida, pois Venegas é a convidada de Marisa, e não o contrário, como no disco acústico de Venegas. Em outra conexão da cantora com a música de outro país da América Latina, Coleção apresenta registro ao vivo de tango argentino de 1922, Fumando espero (Juan Viladomat Masanas e Félix Garzo), ouvido na versão em português (de Eugênio Paes) lançada em 1955 pela cantora paulista Dalva de Oliveira (1917 - 1972). Inédita em disco, a gravação de Fumando espero por Marisa é número de show feito pela artista em 2009 com o grupo argentino Café de los Maestros. Outra boa novidade da seleção é Cama (Marisa Monte, Arnaldo Antunes e Carlinhos Brown, 2008), música gravada para a trilha sonora do filme Era uma vez (Brasil, 2008), nunca editada em disco. Berna Ceppas e Gustavo Santaolalla assinam a produção da gravação da música de espírito tribalista, originalmente intitulada Uma palavra. Fonograma mais antigo de Coleção, Alta noite (Arnaldo Antunes, 1993) - ouvida na gravação original feita para o primeiro álbum solo do ex-Titãs Arnaldo Antunes, Nome (BMG, 1993), e não na regravação do terceiro álbum de Marisa, Verde, anil, amarelo, cor-de-rosa e carvão (EMI-Odeon, 1994) - reaparece com outra mixagem, feita por Daniel Carvalho em 2015, como informado no encarte do CD. A diferença está no maior equilíbrio entre as vozes de Arnaldo e Marisa (na gravação original, a voz dele vinha mais à frente em determinados trechos da música). Alta noite soa mais límpida em Coleção por ser a faixa que mais se beneficiou da masterização de todos os fonogramas, feita por Ricardo Garcia. Goste-se ou não do canto de Marisa Monte, a coleção de gravações é irretocável como atesta a gravação do choro-canção Carinhoso (Pixinguinha e João de Barro, 1937) feita com o violão chorão e o vocal discreto de Paulinho da Viola para documentário de 2003 sobre o artista carioca. Canção lançada em 1981 na voz do compositor, Nu com a minha música tem toda a beleza e poesia valorizadas na gravação feita por Marisa com o hermano carioca Rodrigo Amarante e com o cantor norte-americano Devendra Banhart para o álbum beneficente Red hot + Rio 2 (E1 Entertainment, 2011). Reapresentado como o primeiro single da compilação, o fonograma abre Coleção, fechada com outra gravação feita por Marisa para o projeto. No caso, Waters of march, a versão bilíngue do samba Águas de março (Antonio Carlos Jobim, 1972), gravada por Marisa Monte em tom cosmopolita com David Byrne. Arto Lindsay, Andres Levin e Camus Celli produziram o fonograma há 20 anos para o projeto Red hot + Rio (Antilles / Verve Records, 1996). Dentro do território brasileiro, Marisa produziu a gravação que uniu a voz da artista à da cantora de Cabo Verde Cesária Évora (1941 - 2011) nas águas do compositor baiano Dorival Caymmi (1914 - 2008). Feita para álbum de Cesária, Café Atlântico (Lusafrica, 1999), o registro de É doce morrer no mar (Dorival Caymmi e Jorge Amado, 1941) jamais se afoga na melancolia do tema. A Marisa de Coleção é cantora que depura excessos, evitando o melodrama juvenil quando canta Esqueça (Forget him) (Mark Anthony, 1963, em versão de Roberto Corte Real, 1966) - em gravação feita para a trilha sonora do filme Casseta & Planeta - A taça do mundo é nossa (Brasil, 2003) - e evidenciando toda a nobreza do samba ao interpretar dois títulos do cancioneiro da Velha Guarda da Portela. Os bambas da tradicional escola de samba armam a cama em que se acomoda Volta, meu amor (Manacéa e Áurea Maria, 1972), fonograma de álbum da Velha Guarda da Portela, Tudo azul (Phonomotor Records / EMI Music, 2000), produzido por Marisa Monte em 1999 e lançado no seguinte. Sem pecar pelo excesso, Marisa evidencia a dor de amor em gravação que se mantém altiva com a entrada das vozes dos cantores portelenses na segunda parte. Da mesma cepa nobre, Dizem que o amor (Francisco Santana e Argemiro Patrocínio, 2002) é gravação de álbum solo do bamba carioca Argemiro Patrocínio (1923 - 2003), disco produzido por Marisa, solista da faixa rebobinada em Coleção. Por fim, a compilação reaviva recente incursão além-mar da artista brasileira. Música gravada por Marisa para álbum da cantora portuguesa Carminho, Canto (Warner Music, 2014), Chuva no mar (Marisa Monte e Arnaldo Antunes) confirmou a perene inspiração da tribo tribalista. Coleção é luxo só e reitera padrões desta cantora que dividiu águas na música brasileira e, após três décadas, ainda mantém a elegância, ainda que em tons bem mais prudentes.

segunda-feira, 25 de abril de 2016

Eis a capa e as (11) músicas de 'Era domingo', álbum autoral de Zeca Baleiro

Esta é a capa de Era domingo, álbum autoral de Zeca Baleiro. Programado para chegar às lojas e às plataformas digitais a partir de 13 de maio de 2016, o disco entra em pré-venda amanhã, 26 de abril, no site oficial da gravadora Som Livre. Os 300 primeiros compradores receberão o CD autografado pelo cantor, compositor e músico maranhense. Mixado e masterizado por Patrick Dillet e Chris Gehringer no estúdio Sterling Sound, em Nova York (EUA), o nono álbum de músicas inéditas da discografia solo de Zeca Baleiro apresenta onze composições autorais. Nove são assinadas somente pelo artista. As exceções são Deserta - parceria com o compositor congolês Lokua Kanza - e Desesperança, feita por Baleiro com Paulo Monarco a partir de poema do escritor maranhense Sousândrade (1833 - 1902). Eis, na ordem do disco, as onze músicas de Era domingo:

1. Era domingo (Zeca Baleiro, 2016)
2. Ela parou no sinal (Zeca Baleiro, 2016)
3. Balada do oitavo andar (Zeca Baleiro, 2016)
4. De mentira (Zeca Baleiro, 2016)
5. Homem só (Zeca Baleiro, 2016)
6. Desejo de matar (Zeca Baleiro, 2016)
7. O amor é invenção (Zeca Baleiro, 2016)
8. Deserta (Zeca Baleiro e Lokua Kanza, 2016)
9. Pequena canção (Zeca Baleiro, 2016)
10. Desesperança (Zeca Baleiro e Paulo Monarco a partir de poema de Sousândrade, 2016)
11. Ultimamente nada (Zeca Baleiro, 2016)

Romulo Fróes anuncia o primeiro álbum ao vivo, gravado em show no Arena

Dois meses após lançar álbum já garantido na lista de melhores discos deste ano de 2016, Rei vadio - As canções de Nelson Cavaquinho (Selo Sesc, 2016),  Romulo Fróes anuncia o primeiro título ao vivo de discografia iniciada em 2004. Em 17, 18 e 19 de dezembro de 2015, o cantor, compositor e músico paulistano fez três shows no Teatro de Arena Eugênio Kusnet, na cidade de São Paulo (SP), para celebrar a edição em vinil do quinto álbum, Barulho feio (YB Music, 2014). Feitos com entrada franca, os shows foram gravados ao vivo pelo artista. O registro gerou o álbum Barulho feio ao vivo no Arena (foto), previsto para ser lançado neste segundo trimestre de 2016.

Sai de cena Fernando Faro, diretor que documentou na TV a história da MPB

Natural de Aracaju (SE) e criado em Laranjeiras (SE), o sergipano Fernando Abílio de Faro Santos (21 de junho de 1927 - 25 de abril de 2016) ganhou o apelido de Baixo, dado ainda na década de 1960 pelo novelista paulistano Cassiano Gabus Mendes (1929 - 1993), um dos pioneiros da TV brasileira. Era assim - "Oi, Baixo!" - que Faro era chamado pelos maiores nomes da MPB. Por todos os grandes nomes da MPB, diga-se. Na época, Faro - que saiu de cena aos 88 anos na madrugada de hoje - nem podia imaginar, mas ele voaria alto como produtor musical e diretor de TV e shows após iniciar a carreira como jornalista nos anos 1950. Graças a Faro, a história da música brasileira está documentada de forma audiovisual nos programas que ele dirigiu, criando formato singular, na qual não se ouve a voz e tampouco se vê o rosto do entrevistador, mas somente a voz e o rosto do entrevistado, em closes reveladores. A rica história da música do Brasil está contada para a posteridade na série de entrevistas dirigidas por Faro para o programa que nasceu em 1969 na TV Tupi com o nome de Ensaio, ganhou (por questões jurídicas) o nome de MPB especial quando ia ao ar pela TV Cultura de 1971 a 1975, e por fim, com a saída da Tupi do ar, voltou a se chamar Ensaio, sendo exibido pela Cultura desde 1989. Pelas lentes de Faro, passaram nomes de todas as gerações da música brasileira, inclusive nomes da cena contemporânea, como a cantora paulistana Céu, entrevistada já em 2006 no programa que entrelaçava as respostas com números musicais captados no estúdio de gravação da atração, durante a entrevista. Faro foi diretor do Museu da Imagem e do Som (MIS) em São Paulo (SP), mas o nome deste amante da música e do futebol - querido por todo o universo musical brasileiro - fica mesmo associado ao Ensaio, programa a qual ele deu uma cara sem nunca ter exposto a própria cara na TV. Contudo, além do Ensaio, Baixo idealizou e dirigiu shows de nomes como Elis Regina (1945 - 1982) - o último espetáculo da cantora, Trem azul (1981) - e Paulinho da Viola. Só que Ensaio ficou. A partir de 2000, com o advento do DVD, vários programas Ensaio e MPB especial foram editados no formato então em expansão no mercado fonográfico. Em 2000, as gravações deste programas também originaram CDs em série intitulada A música brasileira deste século por seus autores e intérpretes. Baixo sai de cena, mas deixa um legado de alto nível, fundamental para a preservação da memória musical brasileira.

Monique Kessous lança terceiro disco autoral, 'Dentro de mim cabe o mundo'

Com capa que expõe o belo e colorido projeto gráfico criado por Ana Amélia Martino a partir de foto de Mariama Lemos de Moraes e de ilustrações de Francisco Freitas, o quarto álbum - o terceiro autoral - da cantora, compositora e instrumentista carioca Monique Kessous, Dentro de mim cabe o mundo, está sendo lançado neste mês de abril de 2016. Kessous assina a direção de arte e a produção do disco, coproduzido por Berna Ceppas. A convite da artista, o editor de Notas Musicais - Mauro Ferreira - assina o texto que apresenta o disco aos críticos e a formadores de opinião. Eis o texto - release, no jargão dos jornalistas - que conceitua o harmonioso álbum Dentro de mim cabe o mundo:

Em antenada conexão com o mundo, Monique Kessous manda papo reto em disco que faz ode ao amor e ao momento presente com participações de Ney Matogrosso, Moska, Jesse Harris e do músico Mamadou Diabaté, do Mali

No terceiro álbum autoral, Dentro de mim cabe o mundo, artista carioca expande a produção de compositora em safra de inéditas formatadas com canto de sereia - no tom contemporâneo de músicos de ponta da cena musical brasileira - e dá voz a músicas de Kevin Johansen e Pedro da Silva Martins, do grupo lusitano Deolinda

“Quando eu canto, eu posso ser o que eu quiser
A minha voz carrega o mundo como quer
Eu sou sereia, rainha do mar
Eu sou branquinha e canto o povo brasileiro
Eu sou do Rio de Janeiro
Sou afrodite, sou o fruto proibido
Eu canto a vida e carrego
Tudo o que eu vi passar...”


♪ Os versos da primeira estrofe de Aqui tem – música de autoria de Monique Kessous que abre Dentro de mim cabe o mundo, o terceiro álbum autoral da cantora, compositora e multi-instrumentista carioca – dão a pista certeira do canto da sereia neste álbum de tom contemporâneo que firma e expande a produção autoral da artista. Aqui tem celebra a mestiçagem latina que dá o tom da música brasileira, enraizada nos sons da mãe África. Pautada pelos toques de três guitarras (a de Davi Moraes, a de Denny Kessous e a de Felipe Pinaud), pelo baticum da percussão e da bateria de Thiago Silva, pela pulsação do baixo de Alberto Continentino, pelo sopro do trompete de Jessé Sadoc e pelas sutis programações de Berna Ceppas, Aqui tem traduz de cara o avanço e os caminhos mais diversificados seguidos por Kessous em Dentro de mim cabe o mundo. Com produção assinada pela própria artista, o disco co-pilotado por Berna Ceppas reúne alguns dos músicos mais requisitados da cena musical brasileira. Com a sonoridade moderna dos instrumentos destes virtuoses contemporâneos, Kessous celebra a leveza da vida em álbum que faz ode ao amor e ao momento presente.

Sucessor de Com essa cor (Som Livre, 2008) e Monique Kessous (Sony Music, 2010) na discografia autoral da artista, Dentro de mim cabe o mundo chega ao universo pop neste mês de abril de 2016 como uma evolução natural da obra da cantora e compositora. Marcantes no último álbum da artista, as melodiosas canções de amor continuam cabendo com perfeição no mundo musical de Kessous. Pedaço de ilusão (Monique Kessous), Eu sem você (Monique Kessous) e Aonde eu for – uma das quatro composições feitas por Monique para o disco com o irmão e parceiro Denny Kessous – vão provocar imediato reconhecimento no público que curtiu Calma aí, Coração, Frio e outros hits do anterior álbum de 2010 que ampliou a popularidade da cantora em escala nacional. Pedaço de ilusão tem todo jeito de hit que vai se juntar aos sucessos da artista. Eu sem você reverbera sonoridade pop folk calcada nos violões e nos ukeleles tocados por Monique, Denny Kessous e Felipe Pinaud em arranjo que inclui também o baixo de Dadi e a bateria e percussão de Stéphane San Juan (músico recorrente nas 13 músicas de Dentro de mim cabe o mundo). Já Aonde eu for sobressai pela fina sintonia entre música e letra. A melodia dá a sensação de estar em movimento permanente, seguindo a rota amorosa dos versos da canção.

E por falar em deslocamentos em nomes do amor, a canção Por causa do seu pensamento – música inédita composta por Moska especialmente para este terceiro álbum autoral de Kessous – move montanhas para aproximar amantes nem que seja somente pela força imperativa da mente. Moska – que já participara do álbum anterior de Kessous, fazendo dueto com a cantora na vintage valsa Noites sem luar – volta a imprimir a marca de artista em Dentro de mim cabe o mundo. Desta vez, como instrumentista. Moska toca a guitarra suave que se harmoniza com o violão do músico norte-americano Jesse Harris – outro ilustre convidado do disco e da canção Por causa do seu pensamento – no arranjo da faixa.

Artista que vem fazendo conexões com cantores e compositores da América Latina, Moska também está presente em Dentro de mim cabe o mundo como o versionista de O círculo. Com liberdade para mudar eventualmente o sentido original dos versos em espanhol, Moska traduziu – a pedido de Kessous - para o português a letra de El círculo, música de autoria de Kevin Johansen (norte-americano de vivência argentina), lançada em disco pelo próprio autor no álbum The nada (2000). Por sugestão de Kessous, o verso "Te di todo y ya no doy mas" virou "Te dei tudo e só quero mais”, sublinhando a sede de amor e vida que pauta o disco. Faixa gravada com a kora tocada pelo músico Mamadou Diabaté, ícone do Mali, O círculo é música que valoriza o momento presente e, nesse sentido, se afina com Seja agora, outra conexão de além-mar feita por Kessous em Dentro de mim cabe o mundo.

Seja agora é a leve adaptação para o português do Brasil – feita com sutileza pela própria Monique Kessous – da música homônima do grupo lusitano Deolinda, uma das bandas mais cultuadas no universo musical contemporâneo da Terrinha. Seja agora é composição de Pedro da Silva Martins, guitarrista do grupo, e foi apresentada pela Deolinda no terceiro álbum de músicas inéditas da banda, Mundo pequenininho, lançado em 2013.

Sem sair do Brasil, Monique Kessous também viaja para outros universos musicais em Dentro de mim cabe o mundo. Primeira parceria da artista com o cantor, compositor e músico paraibano Chico César, um dos mais celebrados artistas da cena pós-1990, Meu papo é reto insere o som e o disco em clima noturno de balada, pegação. A cena da música – previamente lançada em single nas plataformas digitais em 3 de setembro de 2015 – se passa numa boate e fala de uma cantada que pode ser hetero ou homossexual, de acordo com a percepção de cada ouvinte. Kessous manda o papo reto na companhia de ninguém menos do que Ney Matogrosso, um dos maiores cantores do Brasil, ícone GLS associado a um universo erotizado que se afina perfeitamente com o tom da música e que foi traduzido nas imagens de cores quentes do clipe gravado por Kessous com Ney e disponibilizado na web em 7 de janeiro deste ano de 2016.

O álbum Dentro de mim cabe o mundo também promove outra viagem musical, esta feita para dentro da própria cidade do Rio de Janeiro (RJ) em que Kessous veio ao mundo. Primeiro samba gravado pela artista, Acorde tem o tom contemporâneo do disco. Mas evoca – pela melodia, pelo toque luxuoso do cavaquinho de Mauro Diniz e pelo estelar coro feminino formado por Ana Claudia Lomelino, Anna Ratto, Lia Sabugosa, Nina Becker e Silvia Machete – a nobreza do samba de tempos idos, imemoriais. É como se o coro feminino representasse as lendárias figuras das pastoras das escolas de samba mais tradicionais do Rio. Em qualquer tempo, antigo ou moderno, Acorde tem cacife para ser louvado como o belo samba que de fato é.

Com o suingue funkeado da guitarra de Davi Moraes, A lei é deixar fluir – parceria de Monique com o irmão Denny Kessous - reitera o tom reflexivo-existencial que pauta o álbum Dentro de mim cabe o mundo sempre em tempo de delicadeza. Tudo sempre soa leve e natural no disco, inclusive o canto da sereia Monique. Nada pesa a mão no álbum. Mesmo que o toque virtuoso do acordeom de Marcelo Caldi evoque o clima passional do tango na imperativa Me ame, me adora, bem me quer sim (outra da lavra de Monique com Denny Kessous) e mesmo que Todo mundo quer (mais uma música dos entrosados irmãos Kessous) tenha sede insaciável de vida, a leveza pauta o álbum da primeira a última música, Espiral, primeira parceria de Kessous com o compositor carioca João Cavalcanti. Composição que embute na letra o verso-título do álbum Dentro de mim cabe o mundo, Espiral tem a aura celestial da harpa de Cristina Braga, orquestrada por Felipe Pinaud no arranjo da faixa. O piano de Daniel Jobim e a lira grega – tocada pela própria Kessous – ajudam a envolver Espiral no clima delicado do tema. Afinal, dentro do terceiro álbum autoral de Monique Kessous cabe um mundo de amor que busca a paz pessoal e universal, celebra o ser humano e valoriza o aqui, o agora. Aqui neste disco tem a música que Monique Kessous quis fazer, pois a voz da cantora carrega o mundo como ela - a artista – quer, como ela vê esse mundo que ora se abre para novos sons, levadas e parcerias.

Mauro Ferreira
Abril de 2016

domingo, 24 de abril de 2016

Célia celebra 45 anos de carreira fonográfica com gravação do primeiro DVD

A bela foto de Carol Siqueira flagra Célia nos bastidores do Teatro Itália, pronta para gravar o primeiro DVD de carreira fonográfica que completa 45 anos em 2016. Idealizado pelo DJ Zé Pedro para a gravadora Joia Moderna, o DVD vai exibir o registro audiovisual do show feito pela cantora paulistana com base no repertório do álbum Aquilo que a gente diz  (Nova Estação / Tratore, 2015). Seis câmeras orquestradas pelo diretor do vídeo, Murilo Alvesso, captaram o show em apresentação feita por Célia na última quinta-feira, 21 de abril de 2016, no Teatro Itália, na cidade de São Paulo (SP). Sem plateia, a cantora de 68 anos apresentou o roteiro do show dirigido por Thiago Marques Luiz, produtor do disco Aquilo que a gente diz. O roteiro extrapola o repertório do 13º álbum da discografia de Célia. Além de dar voz a músicas como Não existe amor em SP (Criolo, 2011), Se o caso é chorar (Tom Zé e Perna, 1972), Deus dará (Zeca Baleiro, 2015), Crua (Otto, 2009), Eu sou aquele que disse (Sérgio Sampaio, 1973) e a composição-título Aquilo que a gente diz (Alzira E e Tiago Torres da Silva, 2015), a cantora interpretou músicas que gravou ao longo dos 45 anos de carreira fonográfica. Entre elas, Abrace Paul McCartney (Joyce Moreno, 1971), Vida de artista (Zé Rodrix e Luiz Carlos Sá, 1972),  Na boca do sol (Arthur Verocai e Vitor Martins, 1972), Abandono (Ivor Lancellotti, 1974), Mãe, eu juro (Peteleco e Marques Filho, 1957) - música com a qual a artista abriu o quarto álbum, Célia (Continental, 1977) - e Cigarro (Zeca Baleiro, 2005). Samba lançado há 70 anos e revivido com sucesso por Célia em gravação de 1975, Onde estão os tamborins? (Pedro Caetano, 1946) foi alocado em medley com outros dois sambas, Adeus, batucada (Synval Silva, 1935) - gravado por Célia em 1971 - e Estação derradeira (Chico Buarque, 1987).  O primeiro DVD de Célia vai ser lançado no segundo semestre deste ano de 2016.

Carol Andrade segue os passos da inspiração no segundo disco solo, 'Sorria'

Resenha de álbum
Título: Sorria
Artista: Carol Andrade
Gravadora: Edição independente da artista
Cotação: * * * *

"Quem ouve o canto da Rosa / Só quer caminhar / Nos passos da inspiração", dá a pista Carol Andrade em versos de Nos passos da Rosa, samba em que celebra o canto da baiana Rosa Passos. O samba figura entre as dez músicas autorais de Sorria, o segundo álbum solo de Carol Andrade, cantora e compositora paulistana que, sim, segue os passos musicais de Rosa, como atesta a divisão esperta feita por Carol na interpretação da música-título Sorria. Gravado entre dezembro de 2015 e fevereiro deste ano de 2016, com produção e arranjos do violonista Alex Maia, o disco Sorria está sendo lançado neste mês de abril, dez anos após a artista ter debutado no cruel mercado fonográfico com álbum, Vida adentro (Independente 2006), assinado com o mesmo Alex Maia. Entre um e outro disco, Carol lançou o primeiro álbum solo, Outras mulheres (Independente, 2013). Conceituado pela Rosa Passos como disco "cheio de cuidados e sutilezas agradáveis", em texto reproduzido numa das contracapas internas do CD, Sorria preserva o bom nível do canto e das composições do início ao fim. Compositora solitária das músicas a que dá voz  (com exceção do Poema do amor novo, feito com Giselle Maria), Carol Andrade soa extremamente afinada ao longo deste disco conduzido pelo violão de Alex Maia. Como compositora, a artista oferece no álbum momentos de real inspiração como Alegre sertão, tema vivaz de diversos andamentos. Flor do campo exala lirismo brejeiro que desabrocha sutil, no tom econômico, quase minimalista, dos arranjos. Com toque percussivo que poderia ter sido mais enfatizado, a brejeirice de Canto de cachuera situa o disco em ambiente ruralista, bucólico, detectado pela atenta Rosa Passos no texto em que avaliza Sorria. É nesse clima que está enraizada Margarida, música que fecha o disco. Já Valsarás evoca poesias e melodias de tempos idos sem que o álbum perca a leveza que pautou a gravação do repertório harmonicamente brasileiro de Carol Andrade. Sorria é álbum com cacife para alegrar admiradores de cantoras de tons suaves que seguem a trilha inspirada de Rosa Passos.

Disco registra encontros de Arthur Dutra e Zé Nogueira entre Guinga e Jobim

"As teclas paralelas do vibrafone se encontram no infinito, onde haverá um saxofone esperando por elas. Nesse encontro, a música corrige a matemática". Estas palavras líricas de Guinga estão reproduzidas na contracapa interna do belo CD Encontros, primeiro álbum do duo formado pelo compositor e vibrafonista carioca Arthur Dutra com o saxofonista, arranjador e produtor musical (também) carioca Zé Nogueira. O cantor, compositor e músico Guinga versa poeticamente sobre o disco lançado neste mês de abril de 2016, em edição do selo MP,B Discos distribuída no mercado fonográfico via Som Livre. O contrabaixista Bruno Aguillar se juntou ao duo na gravação das 12 músicas de Encontros, álbum produzido pelos próprios Arthur Dutra e Zé Nogueira. Guinga - cuja voz é ouvida na recriação de uma das composições do artista, Lendas brasileiras (Guinga e Aldir Blanc, 1991) - também está representado no disco pela abordagem de Nó na garganta (Guinga, 1996) e é, de certa forma, responsável indireto pela formação do duo, pois Dutra e Nogueira se encontraram em 2009 quando o saxofonista procurava um vibrafonista para se juntar ao Zé Nogueira Quinteto no shows que promoviam o álbum Carta de pedra - A música de Guinga (MP,B Discos / Universal Music, 2008). Sete anos depois daquele encontro seminal, Dutra e Nogueira lançam o primeiro álbum com repertório que inclui dois temas de Antonio Carlos Jobim (1927 - 1994) - Modinha (Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes, 1958) e Nuvens douradas (Antonio Carlos Jobim, 1973) - entre temas autorais como Carne de sol e Flor de lótus (Arthur Dutra, 2014), música regravada em Encontros com a voz do baixista Bruno Aguillar. Quatro músicas têm o subtítulo Encontro. São composições extraídas de série de dez temas compostos por Arthur Dutra entre 2012 e 2013, durante residência artística em Paris, França. As quatro músicas selecionadas para o álbum - Jogo de espelhos (Encontro IX), que abre o disco em gravação feita com a adição da percussão de Marcos Suzano; Samba dos outros (Encontro VII)Adorno na Praça Paris (Encontro IV) e, fechando o repertório, Infância das cores (Encontro V) - têm como inspiração o rico diálogo do vibrafone de Arthur Dutra com o saxofone de Zé Nogueira, mote do viajante álbum Encontros.

Xote de 2002 ouvido em 'Velho Chico', 'Flor de tangerina' vira single de Alceu

Alceu Valença lança single digital com a gravação de Flor de tangerina, xote propagado na trilha sonora da novela Velho Chico. De tom sensual-romântico, o xote Flor de tangerina - de autoria do cantor, compositor e músico pernambucano - desabrocha 14 anos após ter sido lançado no álbum independente De janeiro em janeiro (Independente, 2002), distribuído em bancas de jornais. O single Flor de tangerina já está disponível nas plataformas digitais, em edição da gravadora Deck.

sábado, 23 de abril de 2016

Raul de Souza lança CD 'Brazilian samba jazz' pelo selo francês Encore Merci

Mestre no toque do trombone que alcançou projeção mundial em trajetória profissional iniciada na primeira metade da década de 1950, Raul de Souza - nome artístico do músico e compositor carioca João José Pereira de Souza, rebatizado como Raulzinho ainda nos anos 1940 por ninguém menos do que Ary Barroso (1903 - 1964) - continua em cena, aos 85 anos. O músico está no Brasil para promover o álbum Brazilian samba jazz, lançado neste ano de 2016 pelo selo francês Encore Merci. No disco, Raul toca dez temas de lavra própria. Amigo JJ, Bossa eterna (composição que deu título a álbum lançado pelo músico em 2008), Rio loco, Descendo da mangueira, Luminosa manhã, Violão quebrado (2006) e Oito e meia estão na seleção autoral de  Brazilian samba jazz.