Mauro Ferreira no G1

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segunda-feira, 18 de abril de 2016

Apesar do título, Horace Green toca rock no disco 'Jazz depois da meia-noite'

A arte gráfica da capa do primeiro álbum de Horace Green evoca o design de discos do selo norte-americano Blue Note, fazendo referência ao álbum Out to lunch (Blue Note Records, 1964), emblemático e derradeiro título da obra fonográfica do saxofonista norte-americano de jazz Eric Dolphy (1928 - 1964). Já o título "Jazz depois da meia-noite" - tradução da expressão em inglês jazz after midnight que originou a sigla jam, jargão dos músicos de jazz para a hora do improviso - corrobora a impressão de se tratar de disco de jazz, assim como nome do artista. Contudo, Horace Green não é o nome de um músico ou cantor de jazz, mas, sim, de um quarteto paulistano de rock - formado por Shamil Silva (voz), Guilherme Amato (guitarra), Clayton Romero (baixo) e Fernando Martins (bateria) - que faz som hardcore em "Jazz depois da meia-noite" (Hearts Bleed Blue, 2015), álbum de repertório autoral que sucede o EP Madeira (Hearts Bleed Blue / Spider Merch, 2014) na discografia do grupo. Ao longo das dez músicas de "Jazz depois da meia-noite", todas assinadas pela banda, Horace Green toca em questões como dogmas religiosos (Sem deuses, sem mestres e sem gênero) e o peso existencial do cotidiano (em Gasolina, faixa gravada com a adição das vozes de Diego Xavier e Erick Alves, cantores das bandas Chcl e Blear, respectivamente).

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