♪ EDITORIAL - Na noite de hoje, 19 de abril de 2016, Roberto Carlos celebra os 75 anos de vida no palco, fazendo show na cidade natal de Cachoeiro de Itapemirim (ES), onde o cantor e compositor capixaba nasceu em 19 de abril de 1941. Embora levantamento divulgado esta semana pelo Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (ECAD) aponte música recente do artista, Esse cara sou eu (Roberto Carlos), lançada em novembro de 2012, como a composição do Rei mais tocada nos últimos cinco anos, Roberto completa 75 anos com imagem associada à velhice artística, sem ter tido o público renovado - como aconteceu com colegas de geração como Caetano Veloso e Ney Matogrosso. O excesso de conservadorismo de Roberto na condução da carreira impede que ele seja celebrado como o artista genial que foi da segunda metade da década de 1960 ao início dos anos 1980. O Rei - em foto de Leo Aversa - se acomodou demais com a fidelidade dos súditos, em grande maioria atualmente tão idosos quanto o artista. Mas nada vai apagar o legado do cantor e compositor. Ao comandar as jovens tardes de domingo entre agosto de 1965 e janeiro de 1968, liderando o programa que propagou o primeiro movimento de música pop do Brasil, Roberto inscreveu o nome na história. Mas ele foi além. A partir de 1968, soube fazer de forma inteligente a transição para o universo adulto, reinando ao longo da década de 1970 como o cantor romântico mais popular do Brasil. O reinado continuou nos anos 1980, embora neste década a obra autoral de Roberto Carlos - quase sempre assinada com Erasmo Carlos - tenha sofrido visível processo de decadência que se revelou irreversível ao longo dos tempos. Contudo, ninguém pode tirar a coroa do Rei. O legado de Roberto Carlos - um repertório de grandes canções românticas, que deram lugar ao rock, ao funk e ao soul dos álbuns antológicos da fase 1967-1969 - é a maior virtude e o maior vício do artista. Roberto Carlos reina entre os súditos escorado neste passado de glória. O carisma inigualável e a obra - nunca explicados a contento pela crítica que geralmente minimiza o poder do cantor - credencia o Rei para entrar e permanecer definitivamente na galeria dos ídolos imortais e atemporais da música brasileira. Aos 75 anos, Roberto Carlos não insiste na juventude...
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17 comentários:
♪ EDITORIAL - Na noite de hoje, 19 de abril de 2016, Roberto Carlos celebra os 75 anos de vida no palco, fazendo show na cidade natal de Cachoeiro de Itapemirim (ES), onde o cantor e compositor capixaba nasceu em 19 de abril de 1941. Embora levantamento divulgado esta semana pelo Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (ECAD) aponte música recente do artista, Esse cara sou eu (Roberto Carlos), lançada em novembro de 2012, como a composição do Rei mais tocada nos últimos cinco anos, Roberto completa 75 anos com imagem associada à velhice artística, sem ter tido o público renovado - como aconteceu com colegas de geração como Caetano Veloso e Ney Matogrosso. O excesso de conservadorismo de Roberto na condução da carreira impede que ele seja celebrado como o artista genial que foi da segunda metade da década de 1960 ao início dos anos 1980. O Rei - em foto de Leo Aversa - se acomodou com a fidelidade dos súditos, atualmente quase tão idosos quanto o artista. Mas nada vai apagar o legado do cantor e compositor. Ao comandar as jovens tardes de domingo entre agosto de 1965 e janeiro de 1968, liderando o programa que propagou o primeiro movimento de música pop do Brasil, Roberto inscreveu o nome na história. Mas ele foi além. A partir de 1968, soube fazer de forma inteligente a transição para o universo adulto, reinando ao longo da década de 1970 como o cantor romântico mais popular do Brasil. O reinado continuou nos anos 1980, embora neste década a obra autoral de Roberto Carlos - quase sempre assinada com Erasmo Carlos - tenha sofrido visível processo de decadência que se revelou irreversível ao longo dos tempos. Contudo, ninguém pode tirar a coroa do Rei. O legado de Roberto Carlos - um repertório de grandes canções românticas, que deram lugar ao rock, ao funk e ao soul dos álbuns antológicos da fase 1967-1969 - é a maior virtude e o maior vício do artista. Roberto Carlos reina entre os súditos escorado neste passado de glória. O carisma inigualável e a obra - nunca explicados a contento pela crítica que geralmente minimiza o poder do cantor - credencia o Rei para entrar e permanecer definitivamente na galeria dos ídolos imortais e atemporais da música brasileira. Aos 75 anos, Roberto Carlos não insiste na juventude...
Amoooooooooooooooo, Parabéns Roberto!
Que você tenha uma nova inspiração, para um novo trabalho de inéditas.
No mais, fica o meu profundo respeito ao artista e sua valiosa obra.
Parabéns pelo texto Mauro Ferreira!
Você escreve diferente, tem autenticidade na sua expressão.
Ao contrário de muitos textos que li hoje na mídia, tentando de uma forma ou de outra denegrir um artista como este, que é nosso patrimônio, e que já nos deu tanta alegria :)
Assisti ao último Show do Rei aqui em Fortaleza a uns 12 dias e a quantidade de pessoas jovens era muito grande.O que ele levou só de jovens muitos não levam nem contando todas as idades
Eu iria mais além, Mauro.
Apesar da obra ter a importância inegável para todo e qualquer acompanhante de música popular brasileira, Roberto não está só associado à velhice.
Com os últimos atos, também ficou, no mínimo, associado à chatice, à ranhetice. E no máximo, associado à censura. Manchou sua carreira - de modo também indelével.
Óbvio, não é por isso que sua obra precisa ser jogada no lixo. Não é necessário escolher entre um e outro. Roberto é tudo isso: é artista obtuso no tocante à compreensão da posse da própria história, mas é o artista mais popular que nossa música já teve. Parafraseio Arthur Dapieve: quase ninguém, até hoje, soube chegar tantas vezes ao coração do povo brasileiro sem escalas.
E se o próprio Paulo César de Araújo disse que não foi a asquerosa censura a tê-lo feito deixar de gostar das canções... por que nós precisamos deixar de gostar?
Felipe dos Santos Souza
O Roberto Carlos é um artista de uma importância inegável para a cultura brasileira, mas sua figura ficou bastante caricata. Associou-se a artistas de apelo popular, mas que têm obras que definitivamente não dialogam com a sua.
Um ponto que de alguma forma colabora para a perda de sua popularidade é a forma como dificulta as regravações de suas canções. Vários artistas - alguns renomados, inclusive - já mencionaram que não puderam incluir em seus discos canções de Roberto Carlos. Chegou ao ponto de vetar a inclusão da música "Quero que vá tudo para o inferno" em álbum homônimo de Nara Leão nas edições mais recentes em CD. Tudo bem vetar novas gravações, mas ficou feio mexer na obra de uma artista já falecida que colaborou para que ele passasse a ser mais bem aceito pelas chamadas elites intelectuais.
Ademais, o impedimento da vendagem da sua biografia gerou um incômodo grande por parte dos fãs, assim como a postergação do tal álbum de inéditas. Se não consegue mais compor em alto nível, poderia gravar canções de outros compositores, como sempre fez. Infelizmente Roberto Carlos ficou associado àquilo que fez há mais de três décadas...
Esse morreu pra mim. O desgosto superou a obra.
Mauro, adorei o texto, mas o título do mesmo poderia ter sido mais respeitoso
Belo texto. Roberto Carlos, apesar das "curvas da estrada" do tempo, merece o nosso carinho e respeito.
Falar de Roberto Carlos é sempre polêmico, pois ele é um artista que é amado por milhares e injustamente execrado por muitos. Todos temos que levar em conta que gostar ou não da obra de RC vai de cada um.
Roberto é um artista que , devido a magnitude única de sua obra -cuja fase áurea foi de 1965 a 1984- não precisa provar nada a ninguém e nem tampouco arrebanhar para si os desafetos, que o criticam sem lembrar que ele é o maior artista brasileiro, recordista de vendas no Brasil e em toda a América Latina e com carreira de sucesso mais duradoura de um cantor brasileiro.
Eu não consigo lembrar de outro nome que faça sucesso há tanto tempo como Roberto faz.
Nos anos 90 Roberto até teve grandes momentos, como por exemplo no belo disco lançado em 1993, que trás o mega sucesso ´Nossa Senhora´, mas a partir de 1998, de início devido a doença que vitimou Maria Rita, sua discografia passou a ser bastante irregular e até hoje se espera um disco só de inéditas que poderá nunca ver a luz do dia.
Também é fato que em seus especiais de fim de ano, Roberto já tentou, sem sucesso, cantar com artistas de gêneros como pagode, axé, sertanejo, grupos de pop/rock atuais, sambistas etc. Mas o Rei brilha mais naquilo que ele sabe fazer de melhor: tocar o coração das pessoas com carisma e rara sensibilidade que encanta o coração de seus fãs(jovens ou velhos) há mais de 50 anos.
Eu não sou muito fã do que o Rei vem fazendo atualmente, com sua falta de material inédito e a mesmice em que se encontra, parecendo estar eternamente deitado em berço esplêndido, mas amo as músicas de Roberto e tudo o que elas representam e representarão eternamente na minha vida.
Por isso me junto, na mesma voz, aos seus milhares de súditos que dizem ´Parabéns Roberto! e ´Vida longa ao Rei´.
O cara tem 75 anos. É lógico que vai viver de passado.
Esse texto era cabível há 30, 40 anos.
Acho que é o mesmo caso de Sinatra anos antes de sua morte.
RC foi genial como artista, agora é um mero bobão que vive escorado em seus antigos sucessos, ganhando dinheiro a rodo com isso... Enfim, como artista já foi muito bom, agora é totalmente esquecível.
Roberto se acomodou mas nem todo mundo tem que ser como o Ney, que sempre se renova. Cada ser humano age e pensa diferente dos outros
Que foto estranha foi escolhida para o post dos 75 anos do Rei... Parece que ele está com um abscesso no olho direito.
O Cara parou em emoções e ficou. Com um repertório imenso dos anos 60,70 e 80 com muita qualidade. Vejamos agora a inclusão da musica "Como 2 e dois" incluída na novela Velho Chico (versão Gal Fatal), o rei lançou a musica no disco que tem detalhes, já foi bom, agora tá só na acomodação e repetição do mesmo repertório. Erasmo lançou Meus lados B revisitando seu repertório mais eclético e diverso em ritmos e muita qualidade. O rei poderia seguir o exemplo
Grande cantor que desde os anos 90 só se escora nos seus sucessos do passado. O Erasmo Carlos sempre se renova, coisa que o Roberto há muitos anos não faz.
Como 2 e 2 - Caetano Veloso.O Ney Matogrosso sempre arriscou mais porque nunca foi um grande vendedor de discos como o R.C (exceto quando era vocalista do Secos e Molhados).O preço de ser um artista popular é esse.Teve um historiador que tentou explicar o fenômeno,O CARA mandou prendê-lo.
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