Título: Mahmundi
Álbum: Mahmundi
Gravadora: StereoMono / Skol Music
Cotação: * * * *
♪ As guitarras, drum machines e sintetizadores pilotados por Mahmundi no primeiro álbum - lançado neste mês de maio de 2016 pela gravadora StereoMono em edição digital e numa luxuosa edição física em CD que merece investimento - evocam quase sempre os verões do synth-pop que deu o tom tecno da década de 1980. Por mais que faixas como Meu amor (Mahmundi e Roberto Barrucho, 2016) transitem pela trilha do R&B contemporâneo com ecos do som do gênero nos anos 1990, o álbum Mahmundi conecta a cantora, compositora e multi-instrumentista carioca Marcela Vale ao universo musical sintetizado da década de 1980. Mahmundi, a propósito, é o codinome artístico adotado por Vale na cena indie carioca, embora a artista atualmente esteja radicada na cidade de São Paulo (SP). Seja no Rio ou em Sampa, o fato é que é impossível ouvir músicas como Calor do amor (Mahmundi, Roberto Barrucho e Bruno Dias, 2012) e Eterno verão (Mahmundi e Lucas de Paiva, 2016) - faixa previamente lançada como single do álbum em novembro de 2015 - sem que a memória musical remeta a década em que bandas de tecnopop como a britânica Duran Duran reinaram no universo pop ao lado de cantores como o inglês Phil Collins. Produzido pela própria Mahmundi sob a direção artística de Carlos Eduardo Miranda, o álbum escapa da sina de soar datado, mesmo que o arranjo da maioria das dez composições autorais reprocesse o som sintetizado dos anos 1980. Nesse sentido, Mahmundi está em sintonia com Silva, outro artista da atual geração que bebe da fonte de Guilherme Arantes e cia. sem soar antiquado. Não por acaso, Silva pilota os teclados de Desaguar (Mahmundi, 2012), música originalmente lançada pela artista em Efeito das cores (Independente, 2012), primeiro dos dois EPs editados por Mahmundi antes de partir, em janeiro de 2015, para a gravação do primeiro álbum. Trunfo de safra autoral marcada pela coesão, Leve (Mahmundi e Roberto Barrucho, 2013) - sedutora composição previamente lançada pela artista no EP Setembro (Abtjour Records, 2013) - é uma das faixas que mais exalam a paradoxal modernidade também evidenciada no canto da artista. Outra composição lançada por Mahmundi no EP Efeito das cores, o baladão Quase sempre (Mahmundi e Roberto Barrucho, 2012) expõe o tom melancólico de boa parte dos versos. No cancioneiro autoral, Mahmundi canta o calor do amor e também o tempo ruim da paixão, assunto de Wild (Mahmundi, 2016). "No meu coração / Fiz um disco / Pra me lembrar você", dão a pista os versos de Hit (Mahmundi, 2016), música de boa cepa pop que abre o álbum, encerrado com balada de tom R&B sobre o tal do amor, Sentimento (Mahmundi e Lux Ferreira, 2014), ótima música previamente lançada pela cantora compositora em outubro de 2014, três meses antes de começar a gravar o álbum Mahmundi com os músicos Felipe Vellozo (baixo e efeitos) e Lux Ferreira (teclados, pianos, Rhodes, programações e samplers), companheiros dos tempos em que Mahmundi cantava e tocava no púlpito de igrejas cariocas. Azul (Lux Ferreira, Victor Abdelnur e Mahmundi, 2016) tem a cor e o tom do som de Mahmundi, formatado com mix azeitado do synth-pop dos anos 1980 e do R&B da década de 1990 com toque de contemporaneidade. Mahmundi sabe o que os artistas fizeram em verões passados...
2 comentários:
♪ As guitarras, drum machines e sintetizadores pilotados por Mahmundi no primeiro álbum - lançado neste mês de maio de 2016 pela gravadora StereoMono em edição digital e numa luxuosa edição física em CD que merece investimento - evocam quase sempre os verões do synth-pop que deu o tom tecno da década de 1980. Por mais que faixas como Meu amor (Mahmundi e Roberto Barrucho, 2016) transitem pela trilha do R&B contemporâneo com ecos do som do gênero nos anos 1990, o álbum Mahmundi conecta a cantora, compositora e multi-instrumentista carioca Marcela Vale ao universo musical sintetizado da década de 1980. Mahmundi, a propósito, é o codinome artístico adotado por Vale na cena indie carioca, embora a artista atualmente esteja radicada na cidade de São Paulo (SP). Seja no Rio ou em Sampa, o fato é que é impossível ouvir músicas como Calor do amor (Mahmundi, Roberto Barrucho e Bruno Dias, 2012) e Eterno verão (Mahmundi e Lucas de Paiva, 2016) - faixa previamente lançada como single do álbum em novembro de 2015 - sem que a memória musical remeta a década em que bandas de tecnopop como a britânica Duran Duran reinaram no universo pop ao lado de cantores como o inglês Phil Collins. Produzido pela própria Mahmundi sob a direção artística de Carlos Eduardo Miranda, o álbum escapa da sina de soar datado, mesmo que o arranjo da maioria das dez composições autorais reprocesse o som sintetizado dos anos 1980. Nesse sentido, Mahmundi está em sintonia com Silva, outro artista da atual geração que bebe da fonte de Guilherme Arantes e cia. sem soar antiquado. Não por acaso, Silva pilota os teclados de Desaguar (Mahmundi, 2012), música originalmente lançada pela artista em Efeito das cores (Independente, 2012), primeiro dos dois EPs editados por Mahmundi antes de partir, em janeiro de 2015, para a gravação do primeiro álbum. Trunfo de safra autoral marcada pela coesão, Leve (Mahmundi e Roberto Barrucho, 2013) - sedutora composição previamente lançada pela artista no EP Setembro (Abtjour Records, 2013) - é uma das faixas que mais exalam a paradoxal modernidade também evidenciada no canto da artista. Outra composição lançada por Mahmundi no EP Efeito das cores, o baladão Quase sempre (Mahmundi e Roberto Barrucho, 2012) expõe o tom melancólico de boa parte dos versos. No cancioneiro autoral, Mahmundi canta o calor do amor e também o tempo ruim da paixão, assunto de Wild (Mahmundi, 2016). "No meu coração / Fiz um disco / Pra me lembrar você", dão a pista os versos de Hit (Mahmundi, 2016), música de boa cepa pop que abre o álbum, encerrado com balada de tom R&B sobre o tal do amor, Sentimento (Mahmundi e Lux Ferreira, 2014), ótima música previamente lançada pela cantora compositora em outubro de 2014, três meses antes de começar a gravar o álbum Mahmundi com os músicos Felipe Vellozo (baixo e efeitos) e Lux Ferreira (teclados, pianos, Rhodes, programações e samplers), companheiros dos tempos em que Mahmundi cantava e tocava no púlpito de igrejas cariocas. Azul (Lux Ferreira, Victor Abdelnur e Mahmundi, 2016) tem a cor e o tom do som de Mahmundi, formatado com mix azeitado do synth-pop dos anos 1980 e do R&B da década de 1990 com toque de contemporaneidade. Mahmundi sabe o que os artistas fizeram em verões passados...
Desde o primeiro EP a Marcela já demonstrava ser uma grande artista, o CD tá lindo. Muito sucesso pra Mahmundi!
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