Resenha de show
Título: Carpenters avenue
Artista: Isabella Taviani (em foto de Rodrigo Goffredo)
Local: Casa Vivo Rio (Rio de Janeiro, RJ)
Data: 6 de maio de 2016
Cotação: * * * *
♪ Gravar e cantar o repertório da dupla The Carpenters é, para Isabella Taviani, fazer viagem ao tempo da infância e adolescência marcadas pelas melodiosas e geralmente melancólicas canções do duo norte-americano formado pelos irmãos Richard Carpenter e Karen Carpenter (1950 - 1983), ídala de Isabella. Como a cantora carioca disse ao público que foi à casa Vivo Rio assistir à estreia carioca do show Carpenters avenue na noite de sexta-feira, 6 de maio de 2016, o projeto de dar voz a essas canções em disco era um sonho acalentado desde os sete anos de idade. Aos 47 anos e meio de vida, a artista concretizou o sonho de lançar o álbum Carpenters avenue (Coqueiro Verde Records, 2016) - apresentado em março deste ano de 2016 - e de iniciar a turnê nacional do show baseado no melhor disco de Taviani. Em cena, a cantora prosseguiu a viagem com segurança e conseguiu superar o álbum em várias músicas, já que limou o excesso de vocais evidenciado em algumas faixas do disco. Carpenters avenue é também o melhor show de Taviani, inclusive pela decisão corajosa da artista de jamais se afastar do repertório da dupla norte-americana (os hits autorais da cantora e compositora foram ouvidos somente no bis, em medley feito no clima informal do estilo um barzinho, uma voz, um violão). Já na primeira das 16 (belas) músicas dos Carpenters alinhadas no roteiro - Yesterday once more (Richard Carpenter e John Bettis, 1973), canção ausente do disco e introduzida com a artista ainda na penumbra - Taviani mostrou que a viagem aos dias de ontem ia seguir agradável, em tons geralmente mais comedidos, com a doçura característica da voz da musa inspiradora Karen Carpenter. Na sequência, We've only just begun (Roger Nichols e Paul Williams, 1970) confirmou a boa impressão do número inicial. Mesmo quando eventualmente intensificou o tom da interpretação, como em Rainy days and mondays (Roger Nichols e Paul Williams, 1971), Taviani pouco lembrou a cantora passional que pecava por excessos no começo da carreira. A firme direção musical do tecladista Marco Brito - integrante da banda completada com o baixista André Rodrigues, o guitarrista Felipe Melanio e o baterista Pantico Rocha - seguiu a rota delineada pela artista, que tocou violão em canções como A song for you (Leon Russell, 1971) e Superstar (Bonnie Bramlett, Delaney Bramlett e Leon Russell, 1969), número de tom folk. Musicalmente, a viagem teve parada na estação da música country norte-americana - em Top of the world (Richard Carpenter e John Bettis, 1972), outra música ausente do disco de Taviani - e culminou com ida para outra galáxia sonora no tom prog da espacial Calling occupants of interplanetary craft (Terry Draper e John Woloschuck, 1976), tema do repertório do Klaatu, grupo canadense de rock progressivo que lançou a música em disco um ano antes da gravação feita pelos The Carpenters no oitavo álbum de estúdio da dupla, Passage (A & M, 1977). Contudo, tal como o disco que lhe deu origem, o show Carpenters avenue se situou basicamente no território das canções melancólicas como Love me for what I am (Palma Pascale e John Bettis, 1975). Nessa seara, a balada Can't smile without you (Christian Arnold, David Martin e Geoff Morrow, 1976) sobressaiu no roteiro ao lado de Solitarie (Neil Sedaka e Phil Cody, 1975), belo momento do show, inclusive pelo fato de a canção ter sido interpretada por Taviani no canto do palco da casa Vivo Rio, em deslocamento que acentuou o sentimento de solidão impresso nos versos da letra. Número mais expansivo por conta do coro do público, Only yesterday (Richard Carpenter e John Bettis, 1975) foi contextualizada em cena como a primeira música do repertório dos Carpenters ouvida por Taviani, aos sete anos de idade. A extroversão foi ampliada em Please, mr. postman (Georgia Dobbins, William Garrett, Freddie Gorman, Brian Holland e Robert Bateman, 1961). São duas músicas bem conhecidas no Brasil, assim como I need to be in love (Richard Carpenter, Albert Hammond e John Bettis, 1976), balada propagada na trilha sonora da novela O casarão (TV Globo, 1976) e incluída por Taviani no roteiro em outro bom momento em que o show extrapolou o repertório do disco. Mesmo sem roçar a beleza da gravação dos Carpenters, a interpretação de For all we know (Fred Karlin, Robert Royer e Jimmy Griffin, 1970) também contribuiu para que o show soasse ainda mais harmonioso do que o álbum Carpenters avenue. Já (They long to be) Close to you (Burt Bacharach e Hal David, 1963) evocou a leveza das célebres gravações de Dionne Warwick (em 1964) e dos próprios Carpenters (em 1970). No fim, Sing (Joe Raposo, 1973) - mais uma música presente no show e ausente do disco - terminou a viagem em clima lúdico com o coro do público no la la la la la da canção. Ao celebrar o doce passado, Isabella Taviani vive momento áureo no tempo presente.
♪ Gravar e cantar o repertório da dupla The Carpenters é, para Isabella Taviani, fazer viagem ao tempo da infância e adolescência marcadas pelas melodiosas e geralmente melancólicas canções do duo norte-americano formado pelos irmãos Richard Carpenter e Karen Carpenter (1950 - 1983), ídala de Isabella. Como a cantora carioca disse ao público que foi à casa Vivo Rio assistir à estreia carioca do show Carpenters avenue na noite de sexta-feira, 6 de maio de 2016, o projeto de dar voz a essas canções em disco era um sonho acalentado desde os sete anos de idade. Aos 47 anos e meio de vida, a artista concretizou o sonho de lançar o álbum Carpenters avenue (Coqueiro Verde Records, 2016) - apresentado em março deste ano de 2016 - e de iniciar a turnê nacional do show baseado no melhor disco de Taviani. Em cena, a cantora prosseguiu a viagem com segurança e conseguiu superar o álbum em várias músicas, já que limou o excesso de vocais evidenciado em algumas faixas do disco. Carpenters avenue é também o melhor show de Taviani, inclusive pela decisão corajosa da artista de jamais se afastar do repertório da dupla norte-americana (os hits autorais da cantora e compositora foram ouvidos somente no bis, em medley feito no clima informal do estilo um barzinho, uma voz, um violão). Já na primeira das 17 músicas dos Carpenters alinhadas no roteiro - Yesterday once more (Richard Carpenter e John Bettis, 1973), canção ausente do disco e introduzida com a artista ainda na penumbra - Taviani mostrou que a viagem aos dias de ontem ia seguir agradável, em tons geralmente mais comedidos, com a doçura característica da voz da musa inspiradora Karen Carpenter. Na sequência, We've only just begun (Roger Nichols e Paul Williams, 1970) confirmou a boa impressão do número inicial. Mesmo quando eventualmente intensificou o tom da interpretação, como em Rainy days and mondays (Roger Nichols e Paul Williams, 1971), Taviani pouco lembrou a cantora passional que pecava por excessos no começo da carreira. A firme direção musical do tecladista Marco Brito - integrante da banda completada com o baixista André Rodrigues, o guitarrista Felipe Melanio e o baterista Pantico Rocha - seguiu a rota delineada pela artista, que tocou violão em canções como A song for you (Leon Russell, 1971) e Superstar (Bonnie Bramlett, Delaney Bramlett e Leon Russell, 1969), número de tom folk. Musicalmente, a viagem teve parada na estação da música country norte-americana - em Top of the world (Richard Carpenter e John Bettis, 1972), outra música ausente do disco de Taviani - e culminou com ida para outra galáxia sonora no tom prog da espacial Calling occupants of interplanetary craft (Terry Draper e John Woloschuck, 1976), tema do repertório do Klaatu, grupo canadense de rock progressivo que lançou a música em disco um ano antes da gravação feita pelos The Carpenters no oitavo álbum de estúdio da dupla, Passage (A & M, 1977).
ResponderExcluirContudo, tal como o disco que lhe deu origem, o show Carpenters avenue se situou basicamente no território das canções melancólicas como Love me for what I am (Palma Pascale e John Bettis, 1975). Nessa seara, a balada Can't smile without you (Christian Arnold, David Martin e Geoff Morrow, 1976) sobressaiu no roteiro ao lado de Solitarie (Neil Sedaka e Phil Cody), grande momento do show, inclusive pelo fato de a canção ter sido interpretada por Taviani no canto do palco da casa Vivo Rio, em deslocamento que acentuou o sentimento de solidão impresso nos versos da letra. Número mais expansivo por conta do coro do público, Only yesterday (Richard Carpenter e John Bettis, 1975) foi contextualizada em cena como a primeira música do repertório dos Carpenters ouvida por Taviani, aos sete anos de idade. A extroversão foi ampliada em Please, mr. postman (Georgia Dobbins, William Garrett, Freddie Gorman, Brian Holland e Robert Bateman, 1961). São duas músicas bem conhecidas no Brasil, assim como I need to be in love (Richard Carpenter, Albert Hammond e John Bettis, 1976), balada propagada na trilha sonora da novela O casarão (TV Globo, 1976) e incluída por Taviani no roteiro em outro bom momento em que o show extrapolou o repertório do disco. Mesmo sem roçar a beleza da gravação dos Carpenters, a interpretação de For all we know (Fred Karlin, Robert Royer e Jimmy Griffin, 1970) também contribuiu para que o show soasse ainda mais harmonioso do que o álbum Carpenters avenue. Já (They long to be) Close to you (Burt Bacharach e Hal David, 1963) evocou a leveza das célebres gravações de Dionne Warwick (em 1964) e dos próprios Carpenters (em 1970). No fim, Sing (Joe Raposo, 1973) - mais uma música presente no show e ausente do disco - terminou a viagem em clima lúdico com o coro do público no la la la la la da canção. Ao celebrar o doce passado, Isabella Taviani vive momento áureo no tempo presente.
ResponderExcluirNão achei graça nesse disco da Taviani... Achei-o bem fraquinho...
ResponderExcluirGrande cd , grande show, lindos arranjos e uma cantora que ainda se descobre a cada projeto. Avante!
ResponderExcluirEstive no show em SP e fiquei impressionado com tamanho profissionaismo e dedicaçao neste projeto. A Isabella esta perfeita e superou todas as minhas expectativas. Perfeiçao define este projeto. Parabéns.
ResponderExcluirAssisti a estréia em São Paulo.. O show foi maravilhoso, perfeito em cada minuto, em cada detalhe, em cada musica. Isabella Taviani brilhou. Voz doce, interpretação que arrepiou em cada canção. Se voltar para São Paulo, assistirei novamente. Parabéns à ela !!!
ResponderExcluirQue legal que ela podou os excessos.
ResponderExcluirBoa noticia.
Gratificante quando um(a) cantor(a) entra em total sintonia com seu projeto artístico.
Pena que perdi o show, tomara que retorne
Ricardo Sérgio
Estive no show de Sampa e fui ao show no Vivo Rio também.... Minha cantora arrasou, fez uma bela homenagem à seus cantores favoritos e deixou o público em êxtase... Voz suave, como as canções pediam, no entanto, sem perder o carisma e a personalidade da Isa. Um show pra ficar na memória... Um excelente disco, um excelente show... Diferente dos outros discos dela, mas que são tão maravilhosos qto este... Torço pra ella fazer um "carpenters avenue" volume dois... Parabéns à Isa pela coragem de ir atrás dos seus sonhos, realiza-los e nos permitir participar desse momento. Ella tem todo meu carinho, admiração e respeito.
ResponderExcluirIsabella Taviani é uma mulher corajosa e segura, ela esta impecável no CD e no show.
ResponderExcluirA doçura na voz mostra como ela pode surpreender.
Viajei no tempo por esta avenida...
Um das mais importantes características das grandes cantoras é a capacidade de se reinventar através da música. Trabalho delicado, emocionante e comovente. Concordo com o Mauro, Carpenters Avenue é o melhor cd da Isabella Taviani
ResponderExcluirUma importante característica das grandes cantoras é a capacidade da reinvenção por meio da música. Projeto delicado, simples e emocionante. Concordo com o Mauro! Carpentens Avenue é o melhor projeto musical da Isabella Taviani.
ResponderExcluirMauro agora deu pra falar bem dela
ResponderExcluirSe ele deu pra falar bem dela é porque ela tem acertado nos pontos onde ele julgava que ela deveria evoluir. O que mostra que ele é um profissional sério e não passional.
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