Título: Tropix
Artista: Céu (em foto de Rodrigo Goffredo) (https://www.instagram.com/rodrigogoffredo/)
Local: Circo Voador (Rio de Janeiro, RJ)
Data: 15 de maio de 2016
Cotação: * * * * 1/2
♪ Pilotada por Céu, a nave neon de Tropix levantou voo de alto nível artístico tão logo a cantora e compositora paulistana ocupou o palco do Circo Voador - já no início da madrugada deste domingo, 15 de maio de 2016 - para apresentar ao público carioca o show baseado no quinto álbum de discografia iniciada em 2005. Quarto álbum de estúdio de Céu, Tropix (Slap / Som Livre, 2016) - lançado em março - se revelou o melhor disco da artista. Trata-se de disco de atmosfera noturna, calcado nos beats eletrônicos e na conexão de Céu com Hervé Salters, tecladista do grupo francês de rock-funk eletrônico General Elektriks. Mesmo com as ausências sentidas de Salters e do baterista Pupillo (bem substituído na estreia carioca por Thomas Harres), produtores do disco homônimo, o show Tropix conseguiu evocar em cena o ambiente sintético de músicas como Perfume do invisível (Céu, 2016) - o inebriante primeiro single do álbum - e Camadas (Céu e Fernando Almeida, 2016). Em números como Contravento (Lucas Santtana e Gui Amabis, 2012), herança do show anterior Caravana sereia bloom (2012), de aura mais pop e solar, o som feito pela banda - formada por David Bovée Swan (guitarra),João Leão (teclados) e Lucas Martins (baixo), além de Harres - ficou mais orgânico. Contudo, o clima de Tropix imperou em cena em fina sintonia com o ambiente do Circo Voador. No palco, a emissão vocal de Céu é menos límpida do que no disco, mas esse detalhe se apequenou diante da atmosfera vibrante que fez com que músicas como A nave vai (Jorge Du Peixe, 2016), Etílica (Céu, 2016) - esta mixada, tal como no disco, com o psicodélico Interlúdio (Céu e Hervé Salters, 2016) - e Chico Buarque song (Ricardo Salvagni, Carlos Adão Volpato, Jair Marcos Vieira e Thomas Kurt Georg Pappon, 1990), música até então obscura do grupo paulistano Fellini, ganhassem (ainda) mais força e vida em comparação com os registros de estúdio. A psicodélia de Interlúdio, a propósito, preparou o clima no roteiro para a letargia de Grains de beauté (Céu e Beto Villares, 2009), reminiscência da viagem dub de Vagarosa (Six Degrees Records, 2009), segundo álbum da artista, (bem) representado no roteiro quando Céu puxou Cordão da insônia (Céu e Beto Villares, 2009) com a levada de reggae ("Quem não gosta de reggae bom sujeito não é", gracejou, parafraseando verso lapidar de Dorival Caymmi), rememorou o papo de Comadi (Céu e Beto Villares, 2009) e, no fecho do bis, recaiu no balanço ragga de Sonâmbulo (Céu, Bruno Buarque, Sérgio Machado, Lucas Martins, DJ Marco e Guilherme Ribeiro, 2009). Por falar em balanço, as levadas tropicais de Minhas bics (Céu, 2016) e da caribenha Varanda suspensa (Céu e Hervé Salters, 2016) contribuíram para que a nave neon de Tropix viajasse em céu de brigadeiro por quase todo o show. A altitude somente baixou um pouco no número inicial, Rapsódia brasilis (Céu, 2016), tema adornado por cordas inusuais no registro do disco. No início do bis, o neobolero Sangria (Céu e José Paes de Lira, 2016) - ambientado em clima cool com o toque macio da percussão de Thomas Harres - reiterou o momento de plenitude artística vivido por Céu. Roçando o alto nível dos beats e do repertório do disco homônimo, Tropix é o melhor show de Céu. A nave neon de Tropix vai por rotas que expõem a salutar tendência da cantora e compositora de sempre abrir novos caminhos ao prosseguir em moderna viagem musical.
4 comentários:
♪ Pilotada por Céu, a nave neon de Tropix levantou voo de alto nível artístico tão logo a cantora e compositora paulistana ocupou o palco do Circo Voador - já no início da madrugada deste domingo, 15 de maio de 2016 - para apresentar ao público carioca o show baseado no quinto álbum de discografia iniciada em 2005. Quarto álbum de estúdio de Céu, Tropix (Slap / Som Livre, 2016) - lançado em março - se revelou o melhor disco da artista. Trata-se de disco de atmosfera noturna, calcado nos beats eletrônicos e na conexão de Céu com Hervé Salters, tecladista do grupo francês de rock-funk eletrônico General Elektriks. Mesmo com as ausências sentidas de Salters e do baterista Pupillo (bem substituído na estreia carioca por Thomas Harres), produtores do disco homônimo, o show Tropix conseguiu evocar em cena o ambiente sintético de músicas como Perfume do invisível (Céu, 2016) - o inebriante primeiro single do álbum - e Camadas (Céu e Fernando Almeida, 2016). Em números como Contravento (Lucas Santtana e Gui Amabis, 2012), herança do show anterior Caravana sereia bloom (2012), de aura mais pop e solar, o som feito pela banda - formada por David Bovée Swan (guitarra),João Leão (teclados) e Lucas Martins (baixo), além de Harres - ficou mais orgânico. Contudo, o clima de Tropix imperou em cena em fina sintonia com o ambiente do Circo Voador. No palco, a emissão vocal de Céu é menos límpida do que no disco, mas esse detalhe se apequenou diante da atmosfera vibrante que fez com que músicas como A nave vai (Jorge Du Peixe, 2016), Etílica (Céu, 2016) - esta mixada, tal como no disco, com o psicodélico Interlúdio (Céu e Hervé Salters, 2016) - e Chico Buarque song (Ricardo Salvagni, Carlos Adão Volpato, Jair Marcos Vieira e Thomas Kurt Georg Pappon, 1990), música até então obscura do grupo paulistano Fellini, ganhassem (ainda) mais força e vida em comparação com os registros de estúdio. A psicodélia de Interlúdio, a propósito, preparou o clima no roteiro para a letargia de Grains de beauté (Céu e Beto Villares, 2009), reminiscência da viagem dub de Vagarosa (Six Degrees Records, 2009), segundo álbum da artista, (bem) representado no roteiro quando Céu puxou Cordão da insônia (Céu e Beto Villares, 2009) com a levada de reggae ("Quem não gosta de reggae bom sujeito não é", gracejou, parafraseando verso lapidar de Dorival Caymmi), rememorou o papo de Comadi (Céu e Beto Villares, 2009) e, no fecho do bis, recaiu no balanço ragga de Sonâmbulo (Céu, Bruno Buarque, Sérgio Machado, Lucas Martins, DJ Marco e Guilherme Ribeiro, 2009). Por falar em balanço, as levadas tropicais de Minhas bics (Céu, 2016) e da caribenha Varanda suspensa (Céu e Hervé Salters, 2016) contribuíram para que a nave neon de Tropix viajasse em céu de brigadeiro por quase todo o show. A altitude somente baixou um pouco no número inicial, Rapsódia brasilis (Céu, 2016), tema adornado por cordas inusuais no registro do disco. No início do bis, o neobolero Sangria (Céu e José Paes de Lira, 2016) - ambientado em clima cool com o toque macio da percussão de Thomas Harres - reiterou o momento de plenitude artística vivido por Céu. Roçando o alto nível dos beats e do repertório do disco homônimo, Tropix é o melhor show de Céu. A nave neon de Tropix vai por rotas que expõem a salutar tendência da cantora e compositora de sempre abrir novos caminhos ao prosseguir em moderna viagem musical.
Ancioso para ver este show do excelente tropix!!
Gostei bastante, mas sempre sinto falta de uma produção mais cuidada. Sempre um pano no fundo, geralmente mal colocado, dá impressão de desleixo. Ainda bem que a música e a artista são tão boas que ofuscam esse defeito.
Morreu nesta madrugada o genial Cauby, Mauro...
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