Título: Uma voz um piano
Artista: Evinha
Gravadora: Des Arts
Cotação: * * * *
♪ Nos últimos 40 anos, Evinha foi alguém que cantou longe daqui do Brasil, geralmente em Paris, na França, país onde se radicou em meados da década de 1970. Mas - como sentencia o produtor Thiago Marques Luiz em texto reproduzido na contracapa interna do álbum Uma voz um piano, lançado neste mês de junho de 2016 - a voz de Evinha está cravada no coração do Brasil desde os anos 1960. Evinha - para quem não liga a pessoa à música - é o nome artístico da cantora carioca batizada como Eva Corrêa José Maria que há tempos se chama Eva Gambus por estar casada com o maestro francês Gérard Gambus. É de Gérard o toque preciso do piano que se harmoniza com a voz suave - ainda em forma - da cantora neste primeiro álbum gravado por Evinha para o Brasil desde Reencontro (PolyGram, 1999). Disco produzido pelo próprio Gérard Gambus, Uma voz um piano faz a conexão de Evinha com os anos 1960, década em que a artista despontou no Brasil como integrante do Trio Esperança antes de sair em carreira solo em 1969. Neste ano, Evinha vestiu a melodia pop de Casaco marrom (Renato Corrêa, Gutemberg Guarabyra e Danilo Caymmi, 1969) e defendeu Cantiga por Luciana (Edmundo Souto e Paulinho Tapajós, 1969) no IV Festival Internacional da Canção (FIC). As duas músicas são revividas por Evinha no álbum Uma voz um piano. Contudo, o disco não se alimenta de saudade dos velhos tempos de Evinha. Há inspiradas músicas inéditas, com destaques para a enternecedora Aprender com o mar - bela canção composta por Ivan Lins com letra do poeta Abel Silva - e para Uma ponte entre Rio e Paris, tema de Gérard Gambus (letrado por Carlos Colla) no qual Evinha versa sobre rota da vida da artista, que sempre manteve ligação com o Brasil nos anos radicados na França. Com o canto afinado e depurado, talhado para canções mais melodiosas, Evinha também transita pelo Caminho da razão - tema em que Gérard Gambus pôs versos na sublime Ária do compositor alemão Johann Sebastian Bach (1685 - 1750) - sem pegar o atalho da pieguice. Com leveza, a cantora também dá voz e vida a um hino da lavra hippie do cantor e compositor carioca Zé Rodrix (1947 - 2009), Ilha deserta (1976), música lançada há 40 anos. Há também Lição de amor - música inédita composta por Dalto com a suposta última letra escrita pelo poeta mineiro Fernando Brant (1946 - 2015) - e uma canção do irmão da artista, Renato Corrêa, compositor de Foi de graça. E há, claro, Alguém cantando (Caetano Veloso, 1977), espécie de manifesto musical da cantora que esteve tão longe daqui. Alguém cantando como Evinha é sempre bom de se ouvir. Porque Evinha ainda tem voz - assunto da metalinguística Meu canto, razoável inédita de Antonio Adolfo com Tibério Gaspar, compositores do Teletema (1969) rebobinado no álbum - que sobressai na imensidão do universo pop.
5 comentários:
♪ Nos últimos 40 anos, Evinha foi alguém que cantou longe daqui do Brasil, geralmente em Paris, na França, país onde se radicou em meados da década de 1970. Mas - como sentencia o produtor Thiago Marques Luiz em texto reproduzido na contracapa interna do álbum Uma voz um piano, lançado neste mês de junho de 2016 - a voz de Evinha está cravada no coração do Brasil desde os anos 1960. Evinha - para quem não liga a pessoa à música - é o nome artístico da cantora carioca batizada como Eva Corrêa José Maria que há tempos se chama Eva Gambus por estar casada com o maestro francês Gérard Gambus. É de Gérard o toque preciso do piano que se harmoniza com a voz suave - ainda em forma - da cantora neste primeiro álbum gravado por Evinha para o Brasil desde Reencontro (PolyGram, 1999). Disco produzido pelo próprio Gérard Gambus, Uma voz um piano faz a conexão de Evinha com os anos 1960, década em que a artista despontou no Brasil como integrante do Trio Esperança antes de sair em carreira solo em 1969. Neste ano, Evinha vestiu a melodia pop de Casaco marrom (Renato Corrêa, Gutemberg Guarabyra e Danilo Caymmi, 1969) e defendeu Cantiga por Luciana (Edmundo Souto e Paulinho Tapajós, 1969) no IV Festival Internacional da Canção (FIC). As duas músicas são revividas por Evinha no álbum Uma voz um piano. Contudo, o disco não se alimenta de saudade dos velhos tempos de Evinha. Há inspiradas músicas inéditas, com destaques para a enternecedora Aprender com o mar - bela canção composta por Ivan Lins com letra do poeta Abel Silva - e para Uma ponte entre Rio e Paris, tema de Gérard Gambus (letrado por Carlos Colla) no qual Evinha versa sobre rota da vida da artista, que sempre manteve ligação com o Brasil nos anos radicados na França. Com o canto afinado e depurado, talhado para canções mais melodiosas, Evinha também transita pelo Caminho da razão - tema em que Gérard Gambus pôs versos na sublime Ária do compositor alemão Johann Sebastian Bach (1685 - 1750) - sem pegar o atalho da pieguice. Com leveza, a cantora também dá voz e vida a um hino da lavra hippie do cantor e compositor carioca Zé Rodrix (1947 - 2009), Ilha deserta (1976), música lançada há 40 anos. Há também Lição de amor - música inédita composta por Dalto com a suposta última letra escrita pelo poeta mineiro Fernando Brant (1946 - 2015) - e uma canção do irmão da artista, Renato Corrêa, compositor de Foi de graça. E há, claro, Alguém cantando (Caetano Veloso, 1977), espécie de manifesto musical da cantora que esteve tão longe daqui. Alguém cantando como Evinha é sempre bom de se ouvir. Porque Evinha ainda tem voz - assunto da metalinguística Meu canto, razoável inédita de Antonio Adolfo com Tibério Gaspar, compositores do Teletema (1969) rebobinado no álbum - que sobressai na imensidão do universo pop.
Estou muito FELIZ com a volta da Evinha!
Não escutei este novo trabalho, ainda não comprei o CD.
Este CD eu quero escutar foleando o encarte, da primeira à última faixa.
Até que enfim, um resenha à altura desse grandioso disco!!!
Adoro a Evinha!
Amo a Evinha! Voz e pessoa iluminada. Me faz viajar no tempo de maravilhosas recordações.
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