♪ "Toda mulher tá aí / Pra te satisfazer / Fica bem à vontade, tá? / Chama do que quiser / Olha com a sua cara mais nojenta / Pode ir pegando sem pedir licença / ... / A Julia não se importa de sentir pavor / A Maíra não notou que a infância entortou / A Natasha não sentiu quando foi estuprada / E a Laura nunca lembra que foi morta". A ironia de Marina Melo em Laura, uma das 13 músicas do álbum de estreia dessa cantora e compositora paulistana, passa longe da finura. Como tem de ser em se tratando de tema - a violência cotidiana contra a mulher na sociedade machista - que a artista trata com o devido peso na composição - feita quando a campanha #primeiroassedio estava em evidência nas redes sociais - incluída no repertório de Soft apocalipse (Alcachofra Records, 2016). Produzido por Gabriel Serapicos, músico que criou com Marina os arranjos das 13 faixas, o disco Soft apocalipse apresenta compositora de língua afiada. Com exceção da Valsa da barata, composta em parceria com Guilherme Aranha, Marina assina sozinha músicas como Rebouças e Dever cívico. Mas dá crédito a André Sztutman pela colaboração na harmonia de Ra-paz, música composta com inspiração em A paz (João Donato e Gilberto Gil, 1987). "A paz me caiu feito bomba", repete Marina em versos de Ra-paz, reverberando a ironia sarcástica e às vezes bem-humorada que pauta boa parte do cancioneiro autoral da artista. Em sintonia com a verve de Marina, Zeca Baleiro participa de Adultos, música construída com a ajuda (na harmonia) de Zulu Reinchbach, colaborador também nas composições de Desditos, Dinheiro e Poesia. A capa de Soft apocalipse expõe a artista em foto de Helena Wolfenson.
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♪ "Toda mulher tá aí / Pra te satisfazer / Fica bem à vontade, tá? / Chama do que quiser / Olha com a sua cara mais nojenta / Pode ir pegando sem pedir licença / ... / A Julia não se importa de sentir pavor / A Maíra não notou que a infância entortou / A Natasha não sentiu quando foi estuprada / E a Laura nunca lembra que foi morta". A ironia de Marina Melo em Laura, uma das 13 músicas do álbum de estreia dessa cantora e compositora paulistana, passa longe da finura. Como tem de ser em se tratando de tema - a violência cotidiana contra a mulher na sociedade machista - que a artista trata com o devido peso na composição - feita quando a campanha #primeiroassedio estava em evidência nas redes sociais - incluída no repertório de Soft apocalipse (Alcachofra Records, 2016). Produzido por Gabriel Serapicos, músico que criou com Marina os arranjos das 13 faixas, o disco Soft apocalipse apresenta compositora de língua afiada. Com exceção da Valsa da barata, composta em parceria com Guilherme Aranha, Marina assina sozinha músicas como Rebouças e Dever cívico. Mas dá crédito a André Sztutman pela colaboração na harmonia de Ra-paz, música composta com inspiração em A paz (João Donato e Gilberto Gil, 1987). "A paz me caiu feito bomba", repete Marina em versos de Ra-paz, reverberando a ironia sarcástica e às vezes bem-humorada que pauta boa parte do cancioneiro autoral da artista. Em sintonia com a verve de Marina, Zeca Baleiro participa de Adultos, música construída com a ajuda (na harmonia) de Zulu Reinchbach, colaborador também nas composições de Desditos, Dinheiro e Poesia. A capa de Soft apocalipse expõe a artista em foto de Helena Wolfenson.
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