♪ EDITORIAL - A já habitual pulverização de troféus no Prêmio da Música Brasileira está em sintonia cada vez maior com um mercado fonográfico em decomposição e cada vez mais estruturado em nichos. Por mais que a produção fonográfica da cena indie ainda seja pouco representada no evento que mais aglutina as estrelas da música brasileira, a 27ª edição da premiação criada pelo empresário José Maurício Machline esteve no tom. Como mostra a foto de Caíque Cunha, as cantoras Elza Soares e Gal Costa saíram premiadas da cerimônia realizada na noite de ontem, 22 de junho de 2016, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Quem há de questionar tais prêmios, já que Elza e Gal lançaram em 2015 álbuns emblemáticos das respectivas discografias, Estratosférica (Sony Music) e A mulher do fim do mundo (Circus), ambos enquadrados na genérica categoria Pop rock reggae hip hop funk?? O disco de Elza foi eleito o melhor álbum da categoria. Gal ficou com o troféu de melhor cantora. Na categoria MPB, Caetano Veloso e Gilberto Gil mereceram o prêmio de melhor álbum pelo registro ao vivo do show da fraterna turnê que os uniu em 2015. E grande justiça foi feita a Virgínia Rodrigues, eleita a melhor cantora de MPB por conta de álbum irretocável, Mama kalunga (Casa de Fulô Produções). Questionar, quem há de, já que a baiana Virgínia é uma das maiores cantoras do Brasil? Já a banda carioca Dônica ficou com o troféu de melhor grupo de MPB, embora o som da banda se enquadre mais no nicho pop. De toda forma, a luminosa performance da Dônica ao mergulhar com frescor no Lindo lago do amor (Gonzaguinha, 1984) mostrou que o prêmio foi justo. Na categoria samba, Zélia Duncan reinou com os troféus de melhor cantora e melhor álbum (Antes do mundo acabar) e ainda faturou o prêmio de melhor canção por conta de Antes do mundo acabar, o samba composto com Zeca Baleiro que batizou o disco lançado pela gravadora Biscoito Fino. Zélia lançou álbum irretocável. Os puristas - representados por Roque Ferreira, mas não somente pelo compositor baiano - desdenharam do disco, mas perderam oportunidade de ficarem calados. Na categoria regional, Elba Ramalho mais uma vez se saiu vitoriosa, mas com registro ao vivo, o do show Cordas, Gonzaga e afins (Coqueiro Verde Records). Na categoria Canção popular, o prêmio laureou a volta de Fafá de Belém ao disco com o primeiro álbum de estúdio em uma década, Do tamanho certo para o meu sorriso (Joia Moderna). A rigor, o disco atingiu o tamanho certo no palco, no show dirigido por Paulo Borges, mas a voz luminosa de Fafá justificou o troféu de melhor cantora. Assim como Simone Mazzer mereceu o prêmio de revelação, embora já esteja em cena há décadas. Com menor dose de inspiração autoral em Dancê (Pommelo Distribuições), Tulipa Ruiz teve que se contentar com prêmio na área visual (pelo projeto gráfico de Tereza Bettinardi). Enfim, gostos à parte, pode ter havido omissões, esquecimentos, mas jamais injustiças ou discrepâncias na distribuição dos troféus do 27º Prêmio da Música Brasileira, o maior e melhor do gênero no Brasil. Que venha a 28ª edição em 2017!
♪ EDITORIAL - A já habitual pulverização de troféus no Prêmio da Música Brasileira está em sintonia cada vez maior com um mercado fonográfico em decomposição e cada vez mais estruturado em nichos. Por mais que a produção fonográfica da cena indie ainda seja pouco representada no evento que mais aglutina as estrelas da música brasileira, a 27ª edição da premiação criada pelo empresário José Maurício Machline esteve no tom. Como mostra a foto de Caíque Cunha, as cantoras Elza Soares e Gal Costa saíram premiadas da cerimônia realizada na noite de ontem, 22 de junho de 2016, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Quem há de questionar tais prêmios, já que Elza e Gal lançaram em 2015 álbuns emblemáticos das respectivas discografias, Estratosférica (Sony Music) e A mulher do fim do mundo (Circus), ambos enquadrados na genérica categoria Pop rock reggae hip hop funk?? O disco de Gal foi eleito o melhor álbum da categoria. Elza ficou com o troféu de melhor cantora. Na categoria MPB, Caetano Veloso e Gilberto Gil mereceram o prêmio de melhor álbum pelo registro ao vivo do show da fraterna turnê que os uniu em 2015. E grande justiça foi feita a Virgínia Rodrigues, eleita a melhor cantora de MPB por conta de álbum irretocável, Mama kalunga (Casa de Fulô Produções). Questionar, quem há de, já que a baiana Virgínia é uma das maiores cantoras do Brasil? Já a banda carioca Dônica ficou com o troféu de melhor grupo de MPB, embora o som da banda se enquadre mais no nicho pop. De toda forma, a luminosa performance da Dônica ao mergulhar com frescor no Lindo lago do amor (Gonzaguinha, 1984) mostrou que o prêmio foi justo. Na categoria samba, Zélia Duncan reinou com os troféus de melhor cantora e melhor álbum (Antes do mundo acabar) e ainda faturou o prêmio de melhor canção por conta de Antes do mundo acabar, o samba composto com Zeca Baleiro que batizou o disco lançado pela gravadora Biscoito Fino. Zélia lançou álbum irretocável. Os puristas - representados por Roque Ferreira, mas não somente pelo compositor baiano - desdenharam do disco, mas perderam oportunidade de ficarem calados. Na categoria regional, Elba Ramalho mais uma vez se saiu vitoriosa, mas com registro ao vivo, o do show Cordas, Gonzaga e afins (Coqueiro Verde Records). Na categoria Canção popular, o prêmio laureou a volta de Fafá de Belém ao disco com o primeiro álbum de estúdio em uma década, Do tamanho certo para o meu sorriso (Joia Moderna). A rigor, o disco atingiu o tamanho certo no palco, no show dirigido por Paulo Borges, mas a voz luminosa de Fafá justificou o troféu de melhor cantora. Assim como Simone Mazzer mereceu o prêmio de revelação, embora já esteja em cena há décadas. Com menor dose de inspiração autoral em Dancê (Pommelo Distribuições), Tulipa Ruiz teve que se contentar com prêmio na área visual (pelo projeto gráfico de Tereza Bettinardi). Enfim, gostos à parte, pode ter havido omissões, esquecimentos, mas jamais injustiças ou discrepâncias na distribuição dos troféus do 27º Prêmio da Música Brasileira, o maior e melhor do gênero no Brasil. Que venha a 28ª edição em 2017!
ResponderExcluirMauro, só uma pequena correção. Elza ganhou o prêmio de melhor álbum e Gal de melhor cantora. No texto estão invertidos.
ResponderExcluirAbraço.
Mauro, acho que houve uma pequena confusão: Elza ficou com o prêmio de melhor disco e Gal com o de melhor cantora.
ResponderExcluirMas, realmente o prêmio foi, no geral, muito justo, só fiquei achando que A Mulher do Fim do Mundo merecia na categoria de melhor música, muito embora o disco de Zélia seja realmente um primor.
Felipe e Luan, grato pelo toque. De fato, na hora de escrever o texto, inverti os prêmios. Abs, MauroF
ResponderExcluirNão acho que Dancê seja um trabalho que mostra falta de inspiração de Tulipa Ruiz, a intenção dela era criar um disco com som e linguagem dançantes, e têm canções lindas como "Tafetá" e "Oldboy". Achei merecido o prêmio na categoria visual.
ResponderExcluirAinda acho que o prêmio é feito para manter aqueles que as pessoas estão acostumadas a ver. Não que tais artistas não tenham merecido, mas o prêmio não oportuniza outros artistas que fazem tantas misturas de estilos e que, por isso, já são, realmente, da nata da MPB como o próprio significado desta sigla nos permite interpretar.
ResponderExcluirAinda acho que o prêmio é feito para manter aqueles que as pessoas estão acostumadas a ver. Não que tais artistas não tenham merecido, mas o prêmio não oportuniza outros artistas que fazem tantas misturas de estilos e que, por isso, já são, realmente, da nata da MPB como o próprio significado desta sigla nos permite interpretar.
ResponderExcluirAinda acho que o prêmio é feito para manter aqueles que as pessoas estão acostumadas a ver. Não que tais artistas não tenham merecido, mas o prêmio não oportuniza outros artistas que fazem tantas misturas de estilos e que, por isso, já são, realmente, da nata da MPB como o próprio significado desta sigla nos permite interpretar.
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ResponderExcluirMeio cansativo ver sempre os mesmos, sem dúvida nenhuma säo ícones da MPB, mas acho que passou da hora de dar uma boa mesclada e inserir os novos, afinal temos tantos!!!
Foi justo dentro da injustiça que o prêmio é realizado. Como é que me colocam uma categoria "pop rock reggae hip hop funk", sabe? Não é nada genérico, não. É deboche! Fico irritado, porque uma premiação de$$e tamanho deveria ter maior responsabilidade com os fatores práticos e simbólicos que tem (ou deveria ter). Quando é que vai ter jurado de fora do Rio / sudeste, inclusive? Pelo menos norte, nordeste e sul seria o mínimo. Jurado que entra na disputa também é chato, né? Vamo combinar aqui.
ResponderExcluirContinuo considerando o prêmio muito, muito, muito importante. Mas só porque não tem outro. É muito bairrismo, muito coisa de "a bola é minha". Tem um ranço de Congresso dos Coronéis do Saber; Seminário dos Detentores do Bom Gosto, etc. Solta a bola, Machline! Coloca a cerimônia nas mãos uma Bia Lessa ou Aloysio Legey da vida. Conversa com os artistas / empresários sobre a representatividade do Prêmio. Muda. Muda quase tudo. Tá muito arcaico esse negócio aí.
Seminário dos detentores do bom gosto? Até dupla sertaneja já foi laureada.
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